Mark Hoppus passou recentemente pelo que pode ser considerado o maior desafio de sua vida. O vocalista e baixista do Blink-182 lutou e venceu uma batalha contra um linfoma, tipo de câncer do sistema linfático.
O músico foi diagnosticado com a doença há alguns anos. Precisou tirar um tempo para se tratar e também teve sua saúde mental abalada por conta do processo.
Apesar de enorme preocupação gerada, Hoppus conseguiu se curar. Dessa forma, retomou normalmente sua carreira com o Blink-182.
A seguir, confira a história completa da luta de Hoppus contra o câncer.
Descoberta do câncer e tratamento
Mark Hoppus descobriu o linfoma nos primeiros meses de 2021. Ele só revelou a notícia ao público no mês de junho, após divulgar uma foto no hospital com a seguinte legenda:
“Sim, olá. Um tratamento de câncer, por favor.”
Em seguida, Hoppus divulgou um comunicado oficial sobre o assunto e confirmou que descobriu a doença fazia pouco tempo.
“Nos últimos três meses, tenho feito quimioterapia para câncer. Tenho câncer. É uma droga, estou com medo. Ao mesmo tempo, sinto-me abençoado por ter médicos, família e amigos incríveis para me ajudar a superar isso.
Ainda tenho meses de tratamento pela frente, mas estou tentando me manter esperançoso e positivo. Mal posso esperar para ficar livre do câncer e ver todos vocês em um show em um futuro próximo. Amo todos vocês.”
No mês seguinte, Mark Hoppus revelou que já tratava a doença há três meses e que estava prestes a fazer um exame que determinaria se ele morreria ou sobreviveria ao câncer.
“Desculpe se estou compartilhando demais, mas é tão surreal pensar que esta semana farei um teste que pode muito bem determinar se vivo ou morro. Obrigado a todos pelos pensamentos positivos e pelo incentivo. Li todas as mensagens e isso significa muito para mim. Obrigado. Vou vencer isso com quimioterapia ou transplantes de medula óssea, mas de qualquer forma estou determinado a chutar o câncer diretamente nas bolas. Amo todos vocês.”
Também em julho de 2021, o vocalista e baixista do Blink-182 revelou que era portador de linfoma e que a doença já estava em estágio IV, o mais avançado do câncer, que é o momento em que entra em metástase – quando se espalha para outras partes do corpo.
Cura, depressão e pensamentos suicidas
No mês de outubro, Mark Hoppus deu a notícia que os fãs do Blink-182 – e ele mesmo – mais aguardavam: o músico confirmou que estava curado do câncer que o acometia. Ele apenas teria de aguardar mais um pouco para retomar a rotina e realizar exames a cada seis meses para garantir que estava mesmo livre da doença.
“Vi meu oncologista e soube que estou livre do câncer! Obrigado a Deus, ao universo, aos amigos, à família e a todos que mandaram seu apoio, gentileza e amor. Ainda preciso fazer exames a cada seis meses e vai levar até o fim do ano para voltar ao normal, mas hoje é um dia incrível e me sinto muito abençoado!”
No entanto, ao mesmo tempo em que precisou cuidar da saúde na parte física, Mark Hoppus também teve de dar atenção à parte mental.
Em dezembro do mesmo ano, para a revista GQ, Hoppus assumiu que estava passando por uma depressão quando descobriu o linfoma. Chegou a receber a confirmação da doença quando estava no terapeuta.
“Foi um período muito sombrio. Não perguntava ‘por que eu’, mas ‘por que não seria eu’. Tivemos muita sorte e fortuna, as coisas meio que se encaixaram por tanto tempo, é claro que algo aconteceria em algum momento e poderia ser trágico. Estava entrando no consultório do terapeuta quando ligaram para contar que era câncer.”
Em outra entrevista, agora para a People, o baixista admitiu que por um momento, teve pensamentos suicidas pouco após receber o diagnóstico, mas que contou com a ajuda da esposa, Skye Everly, para enfrentar o problema.
“Eu estava em nossa sala chorando e dizendo para minha esposa: ‘eu não sei se consigo fazer isso’. Ela disse: ‘bem, o que você vai fazer, se matar?’ Isso era exatamente o que eu estava pensando. Foi bem sombrio. Eu fiquei tipo: ‘que m*rda de coisa para se dizer’. Mas também, que coisa gentil, tipo: ‘sai dessa, seu bebê’. (Ela disse) ‘Você tem uma forma reversível de câncer. Vai ser péssimo chegar lá, mas chegue lá’. Tive que fazer esse trabalho.”
Reaprendendo a tocar e cantar
A quimioterapia salvou a vida de Mark Hoppus, mas ela trouxe alguns efeitos colaterais. O músico revelou que teve de reaprender a tocar baixo e cantar como consequência do tratamento.
“Após o tratamento fiquei vazio, apenas uma casca. Meu cérebro foi consumido pela quimioterapia, pela dor e tudo mais. Para voltar ao estúdio e fazer o novo disco (‘One More Time…’, lançado em 2023) tive que aprender a tocar baixo novamente.
A quimioterapia destruiu minhas cordas vocais. Tive que trabalhar com um treinador de canto e reconstruir a garganta para chegar ao ponto em que pudéssemos subir ao palco do Coachella, fazer um dos maiores shows da nossa carreira e ter esse álbum, que é um dos melhores que já fizemos.”
Volta de Tom DeLonge ao Blink-182
Como sabemos, em 2022, o Blink-182 anunciou que o também vocalista e guitarrista Tom DeLonge estava de volta, sete anos após anunciar sua saída da banda.
Em entrevista concedida em setembro de 2023, DeLonge admitiu que estava perto de abandonar a indústria musical, mas que voltou atrás da decisão após descobrir o câncer do amigo. Foi a partir daí que as conversas evoluíram até que decidisse retornar para o grupo que o consagrou como artista.
“Lembro de dizer à minha esposa: ‘Acho que nunca mais vou tocar música, acho que nunca mais vou fazer turnês’… Até que Mark me disse que estava doente. Então eu pensei, ‘Essa é a única coisa que eu quero fazer’. Quando ele me contou o que estava acontecendo, isso foi o pior… tipo, nada mais importava, realmente.”
Agora, o próprio Mark Hoppus e seus fãs apenas esperam que o músico continue mesmo livre da doença de uma vez por todas.
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** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.
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