Normalmente avesso ao contato com a humanidade, Ritchie Blackmore abriu exceção recente e realizou uma sessão de perguntas e respostas com os fãs através do Instagram. Em um dos questionamentos, o guitarrista consagrado com Deep Purple e Rainbow revelou qual sua banda preferida de todos os tempos.
A escolhida passa longe do que a maioria dos fãs poderia imaginar. Porém, não deixa de fazer certo sentido quando lembramos se tratar de um quarteto que já foi homenageado por artistas dos mais variados subgêneros do rock, incluindo o heavy metal em suas vertentes mais extremas.
Ele disse, ao ser perguntado sobre qual seria sua música preferida do Abba, conforme transcrição do Blabbermouth:
“Há muitas, eu os amo. Eles são incríveis. Suas progressões e é simplesmente… Há uma história engraçada. Estávamos em um castelo na França tentando fazer o álbum ‘Long Live Rock ‘N’ Roll’, do Rainbow. Houve um momento em que ficamos todos muito entediados. Estávamos sentados ao redor da lareira – Cozy [Powell, baterista], eu e Ronnie [James Dio, vocalista] – um pouco irritados, porque não estávamos tendo alguma ideia. E Cozy disse: ‘ok, tenho que confessar’. E olhamos para ele, porque estávamos bebendo, como sempre, e dissemos: ‘você tem que confessar o quê?’ Ele disse: ‘vocês estão prontos?’ Eu respondi: ‘sim’. Ele disse: ‘eu gosto do Abba’. E eu: ‘oh meu Deus, eu amo o Abba’. E então Ronnie falou: ‘sim, eu também’. Então ficamos envergonhados dizendo: ‘ah, nós amamos o Abba’, porque você não deveria dizer isso.”
A solução após a verdade foi elaborar uma jukebox.
“E com isso, Cozy pega todas as músicas do Abba e põe para tocar. Por horas ficamos escutando ao redor da lareira neste castelo. Deveríamos estar escrevendo nossas próprias músicas, mas era muito melhor ouvir o Abba. Acho que eles foram a melhor banda. Sempre ouvia quando era mais novo. Era tão melódico e funcionava, fantástico. São, provavelmente, minha banda favorita de todos os tempos. E eu sei que não é legal dizer isso em certas áreas. Mas eram maravilhosos.”
Blackmore ouve rádio, mas não música no rádio
Em outro momento, Ritchie foi questionado sobre o que tem escutado atualmente. Ele respondeu:
“Tenho o péssimo hábito de não ouvir rádio. Eu ouço na verdade, mas apenas programas estilo talk show. Não aprecio o que estão tocando. Para mim, música é algo muito sério e não gosto do que passa no rádio, é perturbador. Acho irritante, mas é a moda do dia. É o que está vendendo e posso compreender o motivo, mas não é para mim. Parei de ouvir ao rádio do ponto de vista musical há cerca de 40 anos. Eu costumava ouvir música clássica. Achava mais revigorante porque não agradava ao público. Mas não ouço particularmente rádio.”
Sobre Ritchie Blackmore
Nascido em Somerset, Inglaterra, Richard Hugh Blackmore começou sua carreira de músico profissional participando de sessões com o produtor Joe Meek, além de tocar ao vivo com o The Outlaws e Screaming Lord Sutch. Gravou com nomes como Glenda Collins, Heinz e Neil Christian.
Convidado pelo baterista Chris Curtis, se juntou ao Deep Purple em 1968. Acabou se tornando um dos grandes responsáveis pelo sucesso do grupo, criando momentos memoráveis da história do rock em seus riffs e solos. Saiu em 1975, retornando em 1984 e ficando até 1993.
Ainda na metade dos anos 1970, formou o Rainbow. A proposta inicial era fundir o hard rock com influências clássicas, adotando uma pegada mais comercial com o passar dos anos. Entre idas e vindas, o grupo retornou na década passada e segue fazendo shows esporádicos.
Desde 1997, comanda o Blackmore’s Night ao lado da esposa, Candice. O projeto condensa música renascentista e folk rock.
Genial e genioso, coleciona desavenças e sopapos com colegas de banda, incluindo os vocalistas Ian Gillan e David Coverdale. Recluso, não costuma comparecer a eventos, como a cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame 2016, quando foi induzido com o Deep Purple.
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