A despeito de os headbangers puristas detestarem abertamente o álbum homônimo do Metallica — conhecido como “Black Album” —, não dá para negar que o trabalho tem grande importância no contexto popular. Foi através dele e sua grande concentração de hits que muitos novos fãs chegaram ao heavy metal, estabelecendo o estilo como viável em uma época de mudanças na indústria. E Slash reconhece isso.
O guitarrista do Guns N’ Roses participou de um artigo especial da revista Spin quando o disco em questão completou 30 anos. Na ocasião, falou sobre a relevância da obra, artisticamente e em popularidade.
Ele comentou, conforme resgate do Far Out Magazine:
“Acho que qualquer álbum do Metallica é essencial para uma coleção de discos de hard rock e heavy metal. Eles são o auge desse gênero musical e foram uma das primeiras bandas a revolucionar esse estilo e som específicos. Mas o ‘Black Album’ fez a transição de uma forma que os tornou um nome familiar.”
E ao contrário do que detratores gostam de dizer, Slash não entende que os líderes do Big Four “se venderam”.
“Eles conseguiram sucesso mantendo a integridade sonora, composição e atitude. Pegaram seu estilo característico e gravaram um álbum que se tornou universalmente acessível, mas ainda assim legal. Isso não é pouca coisa, talvez seja algo que artistas como o Metallica nem queiram fazer. Mas, neste disco, isso aconteceu com eles. O legado do ‘Black Album’ viverá para sempre.”
Geezer Butler e o “Black Album”
Um dos fundadores do heavy metal, Geezer Butler concorda com Slash. O baixista do Black Sabbath elogiou o “Black Album” em 1992, durante depoimento à revista Guitar for the Practicing Musician, resgatada pelo livro “Heavy Metal: A História Completa”, de Ian Christie.
“É um dos melhores discos que já ouvi, um clássico. Esse é o tipo de música que realmente gosto de escutar – algo pesado, mas com melodia ao mesmo tempo. Ainda tem a mesma pegada do Black Sabbath.”
Geezer ainda fez um elogio peculiar aos vocais de James Hetfield.
“Não é radical demais a ponto de parecer que o vocalista está vomitando. Eu gosto de ouvir canções de verdade, bons riffs, boas linhas vocais e boas letras. Sou das antigas, na verdade, mas isso ainda funciona.”
O álbum homônimo do Metallica
Lançado em 12 de agosto de 1991, “Metallica” (“Black Album”) mostrava a banda explorando novas sonoridades, dando início à parceria com o produtor Bob Rock. Pela primeira vez os músicos usaram três tipos de afinações diferentes: a tradicional em mi, mi bemol e ré.
A atmosfera mais dark e reflexiva das músicas não era apenas uma mudança de abordagem superficial. Além do amadurecimento natural que a idade traz, três dos quatro integrantes passaram por divórcios no período – James Hetfield era a exceção.
Ao contrário do que faziam até então, o frontman e Lars Ulrich incluíram Kirk Hammett e Jason Newsted no processo de desenvolvimento das canções, visando dar um clima mais próximo do que faziam ao vivo.
O álbum vendeu até hoje cerca de 31 milhões de cópias em todo o mundo, sendo o disco mais comercializado das últimas três décadas em qualquer gênero musical.
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