Metade da formação original do Kiss é de origem judaica. E justamente os responsáveis por comandar a banda: Paul Stanley vem de família judia alemã e Gene Simmons, cujo nome de batismo é Chaim Witz, nasceu em Haifa, Israel.
Isso muitas vezes gerou turbulência com a outra parte do grupo, Ace Frehley e Peter Criss. Ao menos é o que alega Stanley, que acusou os ex-colegas de antissemitismo.
Em sua biografia “Uma vida sem máscaras” (2014), o músico acusou diretamente o guitarrista e o baterista de enxergarem os outros dois membros da banda como “judeus avarentos”. Um trecho do livro diz:
“Ace e particularmente Peter se sentiam sem poderes e impotentes frente ao incansável foco, direção e objetivo meus e de Gene. Como resultado, os dois tentaram sabotar a banda – que, em sua visão, era manipulada de forma injusta por judeus avarentos.”
A acusação do livro de Stanley foi assunto de uma pergunta durante entrevista de Simmons ao G1. A repórter Marina Lourenço quis saber se o “linguarudo” vocalista e baixista concordava com o relato do parceiro. Na resposta, preferiu pegar mais leve na resposta, mesmo com as recentes trocas de farpas com Frehley e Criss na imprensa.
Ele disse:
“Bom, isso não é importante. As pessoas dizem coisas estúpidas o tempo todo. É a vida. Antissemitas ou não, eles tocaram com dois judeus de qualquer maneira. Então qual é a diferença?”
Peter Criss se defende
Na época do lançamento do livro, tanto Ace Frehley quanto Peter Criss se manifestaram. O primeiro, que já foi alvo de críticas por conta de uma foto antiga onde aparece “fantasiado” de oficial nazista no que seria uma festa, comentou a declaração em entrevista a Eddie Trunk (via Ultimate Classic Rock).
“Minha noiva é judia. Como posso ser antissemita? Ele está louco? Durante quarenta anos no mundo da música, trabalhei ao lado de judeus durante toda a minha vida. E sou antissemita? É ridículo. Acho que ele está tentando vender seu livro e é um comentário muito triste se ele tiver que recorrer a calúnias e insinuações verbais. Não vou entrar nisso, porque acredito em seguir o caminho certo. Não vou me rebaixar ao nível de ridículo deles.”
Ao TMZ (via The Mercury News), Criss afirmou apoiar todas as religiões e que sua tia favorita era judia. Também declarou ter procurado orientação de um advogado, mas garantiu que não iria processar Paul Stanley.
A “torta de climão” foi servida na cerimônia de introdução do Kiss ao Rock and Roll Hall of Fame, em 2014, que contou com a presença dos dois músicos originais. O livro de Paul Stanley com as acusações de antissemitismo saiu no mesmo ano, poucas semanas antes do evento.
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