O que Bruce Dickinson achou de Paul Di’Anno ao vê-lo cantar pela 1ª vez

Antes de integrar o Iron Maiden, o vocalista preferido dos fãs já havia assistido a banda ao vivo

Não é segredo para ninguém que os caminhos do Iron Maiden e Bruce Dickinson se cruzaram antes da união, iniciada no final de 1981. De fato, a mídia especializada britânica apontava o Samson, banda da qual o cantor fazia parte anteriormente, como a grande promessa da cena. Não à toa, nos shows conjuntos, eles eram os headliners.

Foi justamente nessa época que o frontman pôde assistir os futuros colegas pela primeira vez. Em recente entrevista à revista Record Collector, o artista relembrou suas impressões e deu um testemunho.

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Disse o vocalista, conforme transcrição do Blabbermouth:

“A primeira vez que vi o Maiden foi no que era então o Music Machine, em Camden (nota: distrito na região metropolitana de Londres). O Samson era a atração principal porque nosso empresário financiou o show e disse: ‘Queremos o primeiro lugar’, embora não merecêssemos realmente. Isso ficou óbvio quando o Maiden apareceu, porque o lugar todo estava lotado. Eu ouvi rumores sobre o quão bons eles eram, e achei melhor vê-los. Nunca vi o Deep Purple no auge, mas deve ter sido algo parecido. Era como se eles estivessem agitando uma tempestade.”

As impressões sobre Paul Di’Anno

A seguir, Bruce foi questionado sobre o que achou da performance de Paul Di’Anno. A resposta tem tudo para gerar manifestações online nos próximos dias.

“Ele foi bem, mas não tinha muita flexibilidade em sua voz. Achei que o registro dele já tinha chegado o mais longe que podia naquele momento. Eu vi do que o resto da banda era capaz imediatamente e lembro de ter pensado: ‘Meu Deus, eu adoraria liderar essa banda.’ Assim que eles terminaram de tocar, todos no local saíram e fomos a atração principal para cerca de três pessoas.”

“The Heavy Metal Crusade”

Anteriormente, Bruce já havia falado à Classic Rock sobre o 8 de maio de 1979 — data de abertura de uma turnê chamada “The Heavy Metal Crusade”, que contava ainda com o Angel Witch. Novamente, o Deep Purple foi citado.

“Era óbvio para mim que eles estavam muito à frente de todos os outros participantes do evento. Fiquei arrepiado ao vê-los, me deu a mesma sensação que tive quando criança ouvindo ‘Deep Purple In Rock’ (1970) pela primeira vez. Lembro de ter pensado: ‘uau, isso é como o Purple dos anos 80’.”

Roadie da Donzela de Ferro à época, Steve “Loopy” Newhouse contou na mesma matéria que a admiração foi recíproca.

“Bruce Dickinson, um jovem com grandes ideias, foi o destaque do set do Samson. Nós o vimos subir por todo o PA, pular e fazer manobras. Ele era o frontman mais elétrico que já havíamos visto. O resto da banda também percebeu. Fiquei ao lado de Steve Harris, que tinha Dave Murray à sua direita, e os dois conversaram durante o set de Samson. Em retrospectiva, acho que todos podemos presumir o quê.”

Iron Maiden e Bruce Dickinson

Após dois álbuns com Paul Di’Anno nos vocais, o Iron Maiden encontraria em Bruce sua voz definitiva. A ponto de os próprios fãs não terem nem dado uma chance a Blaze Bayley, que o substituiu na metade dos anos 1990. Antes da virada do século, o cantor definitivo do grupo reassumiu sua posição, onde permanece até hoje.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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