Como já noticiado, David Gilmour anunciou para 6 de setembro seu primeiro álbum solo em 9 anos. “Luck and Strange” chega a público por meio da Sony Music. O primeiro single, “The Piper’s Call”, será disponibilizado nesta quinta-feira (25).
Em comunicado, o eterno guitarrista do Pink Floyd conta que o sucessor de “Rattle That Lock” (2015) começou a ser desenvolvido durante a pandemia de covid-19. Porém, há uma colaboração que remete a tempos anteriores: a faixa-título apresenta teclados gravados durante uma jam em 2007 por Richard Wright, falecido no ano seguinte ao registro.
Não é a primeira vez que uma gravação póstuma de Wright é utilizada por Gilmour. Em 2014, foi lançado sob o nome Pink Floyd o álbum “The Endless River”, com várias sobras de “The Division Bell” (1994). O baterista Nick Mason descreveu o material como uma homenagem ao saudoso amigo.
À época, inclusive, Nick já havia antecipado que registros inéditos de Richard poderiam surgir em trabalhos solo de David. Em “Rattle That Lock”, porém, foi utilizado apenas um sample de voz do tecladista em uma música dedicada a ele: “A Boat Lies Waiting”.
Richard Wright faleceu em 15 de setembro de 2008, aos 65 anos, em decorrência de um câncer pulmonar. Exceto por um período na primeira metade dos anos 1980, esteve presente em todas as atividades do Pink Floyd. Ainda participou de discos solo de Syd Barrett, bem como trabalhou com Gilmour entre 2005 e 2008 e excursionou com Roger Waters em 2002.
Mais sobre “Luck and Strange”
Ainda de acordo com o material à imprensa, a escritora Polly Samson, esposa de David Gilmour e responsável pelas letras, contou que a ideia por trás das composições reflete “o ponto de vista de se estar mais velho”. “A mortalidade é uma constante”, completou.
Por sua vez, David refletiu:
“Passamos muito tempo durante e após o lockdown conversando e pensando sobre esse tipo de coisa.”
Para este álbum, seu quinto em carreira solo, o músico trabalhou com o co-produtor Charlie Andrew (Alt-J, Marika Hackman). De acordo com o protagonista, Andrew trouxe uma nova perspectiva.
“Ele tem uma maravilhosa falta de conhecimento ou respeito pelo meu passado. Ele é muito direto e nada intimidado. E eu adoro isso. Isso é muito bom para mim, porque a última coisa que você quer é que as pessoas simplesmente se submetam a você.”
Outros colaboradores incluem Guy Pratt (músico frequente do Pink Floyd), Steve Gadd e Roger Eno, entre outros. A capa é de Anton Corbijn e foi inspirada em uma letra escrita por um dos filhos de Gilmour, Charlie, para a faixa final do álbum, “Scattered”.
Há outros familiares envolvidos: Romany Gilmour toca harpa e faz vocais principais em “Between Two Points” (cover de Montgolfier Brothers), enquanto Gabriel Gilmour canta backing vocals no geral. O guitarrista comenta:
“Polly e eu criamos juntos há mais de 30 anos e as particularidades ao vivo da nossa série de livestreams da pandemia Von Trapped mostraram a grande mistura da voz de Romany e do jeito de tocar harpa. Isso nos levou um pouco a uma sensação de descartar um pouco do passado que eu me sentia obrigado a revisitar, que poderia descartar essas regras e fazer o que queria. Isso foi uma grande alegria.”
Prévias
Nos últimos tempos, indícios de que David Gilmour estaria gravando um novo álbum surgiram nas redes sociais, especialmente de Polly Samson. A escritora tem compartilhado fotos de vários músicos que acabaram listados como colaboradores de “Luck and Strange”.
Alguns registros foram feitos no Salvation Music Studio, em Brighton, na Inglaterra, conforme legenda. Outros, apesar da falta de confirmação, aparentemente são no British Grove, em Londres, que pertence a Mark Knopfler – a mente por trás do Dire Straits.
Em entrevista ao site romeno Ziles Inopti, publicada em dezembro de 2022, Samson havia confirmado que estava trabalhando com o marido em novas músicas. Meses antes, postou imagens do guitarrista ao lado de Pratt.
Já em fevereiro de 2023, David posou com Knopfler em estúdio, acendendo rumores de uma possível colaboração. Nada foi confirmado oficialmente.
À revista Rolling Stone, em junho de 2021, Gilmour declarou:
“Espero ter um álbum pronto nos próximos um ou dois anos, não sou tão rápido. Um dos problemas, é claro, é essa coisa do lockdown. Estamos agora os dois vacinados, então as coisas estão um pouco melhores. Mas pegar outras pessoas para ouvir, para ajudar e para tocar as coisas tem sido meio que impossível no último ano. Estou ansioso para, de fato, tocar algumas músicas com um monte de músicos reais em algum ponto.”
Sobre David Gilmour
Nascido em Cambridge, Inglaterra, David Jon Gilmour se interessou por música desde a infância. Incentivado pelos pais, aprendeu a tocar guitarra com ajuda de um livro e seus discos.
Paralelamente aos primeiros passos com a banda Jokers Wild, realizou alguns trabalhos como modelo para se sustentar.
Em 1967 foi convidado a se juntar ao Pink Floyd, inicialmente ajudando a cobrir os lapsos de Syd Barrett ao vivo. Acabou substituindo o amigo de infância. A partir da metade dos anos 1980 se tornou o líder do grupo, posição sustentada até o final.
Lançou discos solo, além de participar de trabalhos com Paul McCartney, Kate Bush, The Who, B.B. King, Paul Rodgers e Elton John, entre vários outros.
David Gilmour — “Luck and Strange”
- Black Cat
- Luck and Strange
- The Piper’s Call
- A Single Spark
- Vita Brevis
- Between Two Points (cover de Montgolfier Brothers)
- Dark and Velvet Nights
- Sings
- Scattered
Faixas bônus da edição em CD:
- Yes, I Have Ghosts
- Luck and Strange (original barn jam)
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