Através do Departamento de Justiça, o governo dos Estados Unidos deve entrar com uma ação contra a Live Nation nas próximas semanas. A alegação é de que a empresa viola as leis antitruste do país — que restringem ou se opõem à formação de trustes, cartéis e combinações monopolísticas similares.
De acordo com o Wall Street Journal, o objetivo principal é forçar uma separação da companhia e da Ticketmaster. A empresa de ingressos é responsável pelas vendas de 80% das entradas para espetáculos artísticos no mercado americano.
Uma investigação vem sendo realizada há anos. A apuração aponta indícios de um condicionamento ilegal de serviços, o que se configuraria em um descumprimento de acordo firmado pela indústria do entretenimento em 2010.
Os detalhes sobre o processo ainda estão sendo discutidos nos bastidores. É provável que no próximo mês as informações sejam esclarecidas com maior ênfase.
Fontes ouvidas pelo Wall Street Journal ainda destacam que os termos podem ser modificados e atualizado até a perpetração.
A influência de Taylor Swift na ação
Embora a preocupação com o tamanho e as práticas da Live Nation tenham estado sob os holofotes desde a fusão, as coisas chegaram ao auge em 2022, quando a Ticketmaster travou durante uma pré-venda dedicada a fãs da cantora Taylor Swift e sua “Eras Tour”.
O Departamento de Justiça já estava investigando as práticas monopolizantes da parceria, mas uma audiência antitruste no Congresso foi iniciada justamente após o desastre nas transações da turnê em questão. A alegação principal vai de encontro à ideia de que o amplo domínio prejudica de forma decisiva a existência de uma concorrência mercadológica.
Live Nation e as investigações
Reclamações sobre o aumento dos custos dos ingressos para shows, normalmente associados às taxas cobradas, têm sido mais prevalentes desde a fusão da Live Nation com a Ticketmaster.
Em abril do ano passado, o senado norte-americano anunciou que votaria nova lei onde as empresas seriam obrigadas a declarar o custo total que leva ao valor de uma entrada. A ação visa combater a cobrança de “taxas extras de conveniência” sem justificativa. O projeto conta com apoio do próprio presidente Joe Biden, propositor do tema.
O chefe de assuntos corporativos da Live Nation, Dan Wall, minimizou a ideia de a empresa ser um monopólio. Em texto no site oficial da companhia, ele argumentou que a Ticketmaster não fixa preços, os artistas e suas equipes são responsáveis pelo que é cobrado. Observou também que fatores como a elevada procura, a baixa oferta e as taxas do local também influenciam a equação.
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