Fã de carteirinha da música progressiva, Steve Harris não esconde a admiração especial por algumas bandas que moldaram seu caráter sonoro nos anos 1970. O Jethro Tull é uma delas.
O grupo não chega a ser um estranho para o universo do Iron Maiden, vide o cover dos gigantes do heavy metal para “Cross-Eyed Mary”, do álbum “Aqualung” (1971).
Também há a ligação do vocalista e multi-instrumentista Ian Anderson com Bruce Dickinson, frontman da Donzela de Ferro. Os dois já dividiram o palco em shows especiais nas últimas décadas, tendo até mesmo especulado uma parceria em estúdio que acabou não se concretizando.
Apesar dessa ligação, o baixista e líder da banda inglesa mais brasileira de todos os tempos não cultiva o desejo de se tornar amigo do ídolo. O próprio explicou o motivo em 2015, durante entrevista à revista Prog.
“Na verdade, nunca conheci Ian. Meio que não quero conhecê-lo, de certa forma, porque amo muito ele e sua música. Já vi o Jethro Tull ao vivo várias vezes. Eu o admirei de longe, de verdade. Acho que o homem é simplesmente um gênio como compositor. É inacreditável escutar as coisas que ele fez ao longo dos anos e ainda está fazendo.”
O álbum favorito de Steve Harris
Sendo assim, apesar de ter regravado uma canção de “Aqualung”, seu álbum favorito é justamente o sucessor.
“Eu amo ‘Aqualung’, obviamente, mas o que eu mais amei e provavelmente ainda amo é ‘Thick as a Brick’. Também adoro ‘A Passion Play’, ele tem muita força. Na época pensei que poderia ser a única pessoa no Reino Unido que gostava, mas encontrei mais alguns admiradores ao longo dos anos. É um gosto adquirido, não é?”
A menção geográfica se deve ao fato de que “A Passion Play” (1973) foi um fracasso de público e crítica em território britânico. Nos Estados Unidos, no entanto, foi um grande sucesso, chegando ao topo da parada Billboard 200.
Jethro Tull e “Thick as a Brick”
Lançado em 3 de março de 1972, “Thick as a Brick” é o quinto álbum de estúdio do Jethro Tull. Contém uma peça musical contínua, dividida nos dois lados do LP (formato em que foi originalmente disponibilizado). A proposta era realizar uma paródia do formato do disco conceitual, em alta à época.
A embalagem original, desenhada como um jornal de 12 páginas, afirma que o trabalho é a adaptação musical de um poema épico do gênio fictício Gerald Bostock, de oito anos. No entanto, as letras foram escritas pelo vocalista e líder da banda, Ian Anderson.
Chegou ao 1º lugar na Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos, faturando disco de ouro pelo mais de meio milhão de cópias vendidas. Repetiu a posição no Canadá e Austrália. No Reino Unido, ficou com o 5º posto do chart. Ganhou uma sequência em 2012, como álbum solo do frontman do grupo.
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