Lars Ulrich possui uma ligação quase umbilical com o Deep Purple e uma de suas duas principais dissidências, o Rainbow – a outra, como sabemos, é o Whitesnake. Desde os anos 1970, o então jovem dinamarquês acompanhou a música do grupo, assim como teve a oportunidade de assisti-los ao vivo.
Não surpreendeu, sendo assim, que o baterista do Metallica tenha sido escolhido para fazer o discurso de indução dos britânicos ao Rock and Roll Hall of Fame, no ano de 2016 – quando a tensão entre os atuais e antigos integrantes era facilmente perceptível no ar.
Mas não foi a primeira homenagem. Sempre que algum membro acabava falecendo, o membro dos líderes do Big Four fazia questão de registrar algum tributo. Como em 2012, quando o tecladista Jon Lord partiu desse mundo. À época, Lars disse à revista Classic Rock:
“Ele não era apenas mais um tecladista na lateral do palco. Em 1966 e 1967, quando Jimi Hendrix, Pete Townshend e Ritchie Blackmore estavam levando a guitarra elétrica a um novo nível, usando bancos de pilhas Marshall para reforçar seu som, Jon Lord foi um dos primeiros caras do hard rock a levar os teclados adiante através do mesmo processo.”
O líder espiritual do Deep Purple, segundo Lars Ulrich
Questionado sobre o que fazia de Jon Lord alguém tão especial, Lars Ulrich prosseguiu:
“Ele pegou um instrumento bastante padrão, como um órgão Hammond, colocou-o em amplificadores, gabinetes Leslie e introduziu uma maneira totalmente nova de forçar o som para fora dos teclados. Ritchie Blackmore disse outro dia que Jon formou o Deep Purple. Ele foi certamente o instigador que fez as coisas acontecerem. Se não fosse o líder musical, Jon era o líder espiritual da banda. Ele foi um pioneiro e acho que de alguma forma isso se perdeu nas últimas semanas. As pessoas estão falando, obviamente, sobre como ele era um cavalheiro e um membro fantástico da banda, mas ele realmente fez algo que ninguém havia feito antes com teclados.”
Sobre Jon Lord
Nascido em Leicester, Inglaterra, John Douglas Lord estudou piano clássico desde os 5 anos, incentivado pela família. O pai era um saxofonista amador.
Foi um dos idealizadores do Deep Purple, tendo participado de todas as formações do grupo até 2002, quando optou por se retirar para priorizar outros projetos. Entre 1978 e 1984 também integrou o Whitesnake.
Além de uma série de trabalhos solo no rock e na música clássica, também possui créditos com Paice Ashton & Lord, George Harrison, David Gilmour, The Kinks, Alvin Lee e Sam Brown, entre outros.
Morreu em 16 de julho de 2012, aos 71 anos, devido a um câncer no pâncreas.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.