No universo do rock, manter a popularidade de uma banda após uma mudança significativa na formação é uma tarefa árdua. Muitos grupos acabaram caindo no esquecimento após uma alteração drástica, especialmente quando se trata do vocalista. Mas há exceções. E o Killswitch Engage é um exemplo disso.
Mesmo após a saída em 2012 do vocalista Howard Jones, conhecido por sua contribuição nos principais discos do grupo, e com o retorno de Jesse Leach, que liderava o conjunto nos primórdios de sua carreira no underground, o grupo completo Mike D’Antonio (baixo), Adam Dutkiewicz (guitarra solo e vocais), Joel Stroetzel (guitarra rítmica) e Justin Foley (bateria) manteve sua excelência musical e o apoio fervoroso de seus fãs. Cinco anos após sua última visita, a banda retornou ao Brasil no último domingo (28), encerrando com maestria o espaço dedicado ao metal moderno no Hot Stage.
O quinteto iniciou o set com determinação logo com “My Curse”, um verdadeiro hino do álbum “As Daylight Dies” (2006). Enquanto o cenário era aceso por chamas que dançavam ao ritmo da música, o público se tornou parte integrante do espetáculo quando Leach lançou a letra para a plateia.
Em seguida, o vocalista elogiou o lineup do festival e emendou com “Rise Inside” (embora tenha sido erroneamente anunciada como “This Fire”), trazendo à tona o tradicional metalcore do álbum “Alive or Just Breathing” (2002), com seus blast beats e riffs compactos. Sem dar trégua, veio então “This Fire” (agora sim!), acompanhada mais uma vez pelo espetáculo de chamas. Alguns fãs na pista estavam emocionados e até às lágrimas.
“The Arms of Sorrow” e “Reckoning” trouxeram uma alternância marcante entre melodia e peso extremo, característica distintiva do metalcore. Neste momento, uma camiseta do Vitória foi arremessada ao palco, mas Jesse encarou o imprevisto como uma brincadeira. O show seguiu com uma coleção de momentos impactantes, como em “Beyond the Flames”, onde as batidas intensas de Justin Foley incentivaram um coro massivo da plateia; “Hate by Design”, com Jesse descendo para compartilhar o microfone com os fãs; e “The Crownless King”, que permitiu a Adam Dutkiewicz, normalmente responsável pelos vocais melódicos, mostrar que também domina a técnica gutural.
Os efeitos visuais atingiram o ápice em “Strength of the Mind” e “This is Absolution”, com arte de uma caveira em 3D em cores vibrantes, acompanhada pelo uso intenso de chamas mais uma vez. No entanto, o grande momento chegou com “The End of Heartache”, com uma animação incrível inspirada na arte do disco homônimo, evocando emoções profundas. Para agradar também os roqueiros mais tradicionalistas, uma versão metalcore do clássico de Dio, “Holy Diver”, encerrou o repertório de forma triunfal.
Como grande mérito de sua performance no Summer Breeze Brasil, o Killswitch Engage combinou elementos de um show underground com uma produção visual impressionante. Uma demonstração de que apresentações de música extrema também podem ser marcadas pela beleza estética.
**Este conteúdo faz parte da cobertura Summer Breeze Brasil 2024 — clique para conferir outras resenhas com fotos e vídeos.
Killswitch Engage — ao vivo no Summer Breeze Brasil 2024
Repertório:
- My Curse
- Rise Inside
- This Fire
- Reckoning
- The Arms of Sorrow
- In Due Time
- A Bid Farewell
- Beyond the Flames
- The Signal Fire
- Unleashed
- Hate by Design
- The Crownless King
- Rose of Sharyn
- Strength of the Mind
- This Is Absolution
- The End of Heartache
- My Last Serenade
- Holy Diver (Dio cover)
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