Uma campanha na cidade americana de Nova York pode acabar homenageando o Kiss em um importante cruzamento de ruas. A ideia é colocar o nome da banda no local de encontro da West 23rd Street com a 8th Avenue.
Neste ponto da cidade, foram feitas as fotos da capa do álbum “Dressed to Kill” (1975). A arte que estampa o terceiro disco de estúdio do grupo apresenta os quatro músicos, mascarados, utilizando ternos.
De acordo com o Ultimate Classic Rock, o Comitê de Planejamento de Transporte da Comunidade de Manhattan agendou uma reunião para a próxima quarta-feira (17). A proposta é discutir a possibilidade de batizar o cruzamento em homenagem à banda, cujas atividades foram encerradas em 2023.
O encontro poderá ser acessado via Zoom, com comentários por e-mail (jpretente@cb.nyc.gov), ou pessoalmente na West 33rd Street, número 424, onde fica o escritório do órgão.
“Dressed to Kill” apresenta o maior hit do Kiss, “Rock and Roll All Nite” — que não fez sucesso de início. O disco foi lançado em um momento de desespero da gravadora Casablanca Records, que estava à beira da falência após bancar os pouco repercutidos dois primeiros trabalhos do grupo. Apesar da capa irreverente e hoje clássica, o LP também não vendeu bem, deixando o selo em uma situação difícil.
O último recurso foi o lançamento de um disco duplo, ao vivo, apostando na qualidade da banda durante os shows. “Alive!” (1975) foi o que realmente lançou a banda ao estrelato. A gravação de “Rock and Roll All Nite” presente no material chegou à 12ª posição da parada americana Billboard Hot 100.
Kiss e as fotos de “Dressed to Kill”
A ideia das fotos dos integrantes do Kiss com maquiagem e terno surgiu primeiro em um projeto de história em quadrinhos. Nessa HQ, que nunca foi lançada, os membros do grupo seriam repórteres normais que assumiriam suas personas super-heróicas entrando em cabines telefônicas, no melhor estilo Superman das antigas.
Foi proposto então que algumas imagens da banda fossem feitas com os ternos e aí surgiu o maior problema: só o vocalista e guitarrista Paul Stanley e o baterista Peter Criss tinham um traje usável. O guitarrista Ace Frehley pegou um emprestado e quem arrumou o do baixista e cantor Gene Simmons foi o então empresário do Kiss, Bill Aucoin.
Acontece que Aucoin era bem mais baixo do que Simmons – que mede quase 1,90m – e isso é bem visível nas imagens. O músico ainda usa tamancos que foram fornecidos por Frehley, ou pela esposa do fotógrafo Bob Gruen, dependendo da versão. O baixista relembrou a sessão de fotos em entrevista para a rádio SiriusXM, em 2021:
“Estávamos andando pela rua e a coisa boa sobre Nova York é que ninguém ligava. Ninguém se virava para ver. Se estivéssemos em Wisconsin, seria um grande evento, mas em Nova York, eles já viram de tudo!”
O projeto dos quadrinhos saiu só alguns anos depois, já no auge da popularidade da banda, com direito a uma parceria com a Marvel. No entanto, as fotos agradaram tanto que uma delas foi usada na capa de “Dressed to Kill”.
Em 2013, o Kiss voltou a aparecer trajado socialmente em um comercial da marca do estilista John Varvatos. Na época, a banda já contava com Tommy Thayer e Eric Singer nas vagas de Frehley e Criss. E os ternos estavam devidamente ajustados, ao contrário da clássica capa de 1975.
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