As letras de música ficaram mais simples e egocêntricas nos últimos 40 anos, segundo uma pesquisa divulgada recentemente. Publicado pela revista americana Scientific Reports, o estudo chegou à conclusão após analisar mais de 12 mil canções em inglês de diferentes gêneros musicais — como o rock, pop, R&B, rap e country — lançadas entre 1990 e 2020.
Uma das autoras, Eva Zangerle, destacou que, hoje em dia, as composições são mais fáceis de serem compreendidas (via The Independent). Isso porque há mais repetições, menos palavras diferentes dentro da mesma canção e maior destaque para o refrão, facilitando a memorização.
Além disso, as letras parecem menos positivas do que no passado e tornaram-se mais pessoais e emotivas. De acordo com a pesquisadora, a música “reflete mudanças gerais na sociedade e na cultura”, o que justificaria tal mudança. Ela também observou uma frequência maior de pronomes na primeira pessoa do singular – “eu” e “mim”.
Uma hipótese para o comportamento observado é a maneira com que o público passou a consumir música após os streamings, como explicou a cientista da computação na Universidade de Innsbruck, na Áustria:
“Nos últimos 40 anos, testemunhamos uma mudança entre comprar discos na loja para poder ter à disposição centenas de milhões de músicas em plataformas de streaming no celular. Isso também mudou a forma como a música é consumida.”
À agência AFP, a estudiosa ressaltou que a música é um espelho da sociedade. Por isso, apresenta transformações notórias ao longo do tempo, declarando em seguida:
“O que também temos testemunhado nos últimos 40 anos é uma mudança drástica no cenário musical, de como a música é vendida para como a música é produzida.”
Rock vs. country
Analisando a página Genius, que compreende letras de músicas, a equipe responsável descobriu que, em relação ao rock, as composições com mais visualizações continuam sendo as antigas – o que não acontece, por exemplo, no country. Por fim, concluíram:
“Para o rap, rock e country, as letras desempenham um papel mais importante do que para outros gêneros e que o interesse dos ouvintes pelas letras vai além do consumo musical em si”.
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