No papel parecia a turnê dos sonhos de muita gente. Em pleno 1992, Metallica e Guns N’ Roses uniam forças para uma série de shows na América do Norte. Ainda havia o ascendente Faith No More como reforço, após o Nirvana ter dito não à proposta através de seu líder, Kurt Cobain.
Porém, como sabemos, nem tudo funciona na prática como imaginado. O choque de egos foi inevitável, especialmente no aspecto das posturas. De um lado, os headbangers. Do outro, os rockstars temperamentais. Não à toa, James Hetfield não guarda boas lembranças do período.
Disse o vocalista e guitarrista dos líderes do Big Four à Rolling Stone, conforme resgate do Far Out Magazine:
“Eles são um tipo diferente de banda – e eu uso a palavra banda vagamente. É um cara e alguns outros caras. Queríamos mostrar às pessoas que havia algo um pouco mais progressivo e hardcore do que o Guns N’ Roses. Fazer isso do nosso jeito. Mas foi difícil lidar com Axl e sua postura. Não é algo que gostaríamos de fazer novamente.”
Acidente e tumulto em Toronto, Canadá
Para complicar o cenário, nem mesmo na hora de cada um cumprir sua função as coisas foram tranquilas. O ponto mais alto – ou baixo, dependendo da interpretação – aconteceu durante apresentação em Toronto, Canadá, dia 8 de agosto do ano em questão.
Durante a execução de “Fade to Black”, Hetfield foi atingido pela pirotecnia posicionada na frente do palco e acabou sofrendo graves queimaduras. Por motivo óbvio, o concerto foi interrompido. A seguir, se esperava que o Guns N’ Roses ao menos amenizasse a situação. A banda tocou poucas músicas e encerrou o show, com Axl reclamando de problemas com sua voz. Foi o suficiente para incitar um tumulto.
Relembrando a parceria em entrevista a Howard Stern, no ano de 2013, James reafirmou o que já havia dito à Rolling Stone. Conforme repercussão do Whiplash, ele declarou:
“Eles sempre estavam atrasados. É por isso que eu os odiava (risos). Eles praticamente representavam tudo de que não gostávamos: o glam, a cena de Los Angeles… meio que escapamos disso no começo.”
Guns N’ Roses e Metallica
A turnê reunindo contou com 26 datas entre 17 de julho e 6 de outubro de 1992. Por conta do acidente com Hetfield e os problemas de garganta de Axl, algumas datas acabaram adiadas e outras canceladas. John Marshall, ex-Metal Church e técnico de guitarra do Metallica, assumiu o instrumento enquanto James se dedicava apenas a cantar e se recuperava das queimaduras.
As últimas sete datas não contaram com o Faith No More, que já havia agendado outros compromissos. Motörhead e Body Count assumiram o lugar de Mike Patton e companhia.
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Oi boa tarde só podia dar nisso o Axl Rose e uma pessoa difícil de segurar