No final dos anos 1970, a relação entre Ozzy Osbourne e os demais integrantes da formação original do Black Sabbath estava severamente comprometida. O quarteto não conseguia falar a mesma língua musicalmente. Embora os derradeiros trabalhos tenham seus admiradores, a genialidade dos primórdios não se fazia mais presente. Some a isso montanhas de drogas e dinheiro, além de egos descontrolados. Temos o desastre.
Quando veio a separação, a banda encontrou em Ronnie James Dio a salvação. O vocalista assumiu a função e entregou bons discos – embora logo ali na frente entrasse em rota de colisão com os colegas. Já o Madman montou um grupo solo fenomenal e, com o tempo, venceria a disputa não oficial contra os então ex-amigos.
Um desses músicos foi o baixista e futuro desafeto Bob Daisley. Em entrevista de 2021 à Rolling Stone, o músico confessou que o sucesso inicial da antiga banda mexeu com Ozzy.
“Ele ficou preocupado com o sucesso que o Sabbath fez com Dio. Aquilo foi como um soco em seu estômago. Lembremos que era a época em que o punk fez bandas como eles, Deep Purple e Led Zeppelin serem considerados velhos.”
A formação da banda que fez “Blizzard of Ozz” e “Diary of a Madman” ainda contava com Randy Rhoads na guitarra e Lee Kerslake na bateria. Bob garante que a sonoridade não foi nada planejada.
“Não pensamos no que as rádios tocariam. Apenas entramos em estúdio e fizemos o que vinha à mente. Acho que essa honestidade e autenticidade transparece nas músicas e foi o que fez dar certo.”
Bob Daisley, Black Sabbath e Ozzy Osbourne
Curiosamente, Daisley cruzaria a fronteira invisível e se juntaria temporariamente ao Black Sabbath durante a gravação do álbum “The Eternal Idol”, de 1987. A seguir, passaria novamente pela banda de Ozzy no início dos anos 1990, gravando o clássico “No More Tears”. Hoje, ele e os Osbournes só se falam através de advogados.
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