Fundada em 1978, a Tom Robinson Band se estabeleceu como uma força na emergente cena punk britânica – embora não seja tão conhecida no resto do mundo. Capitaneado pelo baixista e vocalista do qual empresta o nome, o grupo se destacou pelas performances explosivas e postura combatente em pautas sociais.
Entre as músicas se destacaram, uma delas conta com significado especial pelo clássico do rock que pode ter inspirado. Presente no álbum “TRB Two”, lançado em março de 1979, “Bully for You” pode ter servido como referência a “Another Brick in the Wall”, do Pink Floyd.
O mote principal está na frase “we don’t need no aggravation”. O trecho pode ter servido para a adaptação “we don’t need no education”.
O fato é que as duas bandas não apenas compartilhavam a mesma gravadora – a EMI – como também o corpo de empresários. Em entrevista à Classic Rock, Robinson não contemporiza na hora de comentar:
“Não há dúvida de que ‘we don’t need no aggravation’ estava no ar em torno de Roger Waters. A verdade é que tive uma ideia muito boa para um refrão e não aproveitamos ao máximo. Se ‘Bully For You’ tivesse começado com ‘we don’t need no aggravation’, quão melhor teria sido? As habilidades de Roger como escritor eram muito mais desenvolvidas que as minhas. Ele colocou uma ótima ideia em melhor uso, então jogo limpo com ele.”
Roubados pelo Pink Floyd
O guitarrista Danny Kustow é menos diplomático. Ele diz:
“O Pink Floyd definitivamente nos roubou.”
Vale destacar que “Bully for You” ainda conta com créditos a Peter Gabriel no arranjo, mostrando que os punks tinham um bom trânsito na turma do progressivo britânico.
Com produção de Todd Rundgren, “TRB Two” chegou ao 18º lugar na parada do Reino Unido. A Tom Robinson Band acabaria no ano seguinte e se reuniria esporadicamente nas décadas seguintes para shows especiais, nunca mais retomando atividades em tempo integral.
“Another Brick in the Wall” e “The Wall”
“Another Brick in the Wall” foi criada como uma composição de três partes. Na primeira, o protagonista Pink começa a construir um muro metafórico ao seu redor após a morte do pai. A segunda se concentra no sistema educacional rigoroso e nos professores abusivos. Na derradeira, o personagem se livra de todos.
“The Wall” chegou ao primeiro lugar na Billboard 200 e vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo até hoje. Foi o último disco da banda como um quarteto. O tecladista Richard Wright acabou sendo demitido e recontratado como músico assalariado posteriormente. A turnê contou com a execução do disco na íntegra, além de uma representação dramatizada da história. Posteriormente, também viraria filme.
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