Analisando a discografia do Toto, é possível perceber as inúmeras músicas que levam nomes de mulheres em seus títulos. “Pamela”, “Rosanna”, “Lea”, “Angela”, “Carmen”, “Lorraine”, “Anna”, “Melanie”, “Manuela Run”, “Holyanna” e “Goodbye Elenore” são apenas algumas da lista.
Apesar do padrão, a repetição foi completamente acidental. Quem garante é o guitarrista Steve Lukather, único integrante original presente na atual formação.
Em conversa com Silvio Essinger para o jornal O Globo, que divulgou a vinda da banda ao Brasil em novembro, o músico explicou que, naturalmente, as ideias relacionadas às figuras femininas surgiram já que “gostam de garotas”. De qualquer maneira, entende a curiosidade do público devido à quantidade.
Ele declarou:
“Acho que nunca sentamos e dissemos: ‘ah, vamos escrever músicas sobre garotas’. Isso simplesmente aconteceu, não fizemos de propósito. Mas entendo que as pessoas possam fazer graça com isso. Nós gostamos de garotas. Se é pecado, então que seja!”
Algumas das canções estão entre as mais célebres do grupo. “Rosanna”, por exemplo, ocupa a terceira posição das mais ouvidas do Toto no Spotify, com cerca de 324 milhões de reproduções. Em 2018, ganhou uma regravação do Weezer – que também fez sua própria versão de “Africa”.
Lukather entende que as releituras não necessariamente ajudaram a aproximar o seu trabalho de um público mais jovem. Porém, é grato pelo reconhecimento.
“Ajudamos a carreira deles, com certeza, mas isso não nos afetou tanto assim, porque naquela época já estava rolando um ressurgimento da ‘Africa’ em todo o mundo. Nem sei como isso aconteceu, mas desde então tem sido uma bênção para nós. Não vou mentir, isso tem sido ótimo para os negócios e para trazer muitos jovens aos nossos shows. Hoje não temos mais que olhar para aquele mar de pessoas com a mesma cor de cabelo que o meu.”
A justificativa de David Paich
Segundo David Paich, membro fundador do Toto e coautor dos maiores sucessos da banda, há um motivo por trás dos títulos das músicas com nomes de mulheres. Conversando com o site Songfacts em 2015 (via Whiplash), o tecladista e vocalista, hoje afastado do grupo, contou que, na verdade, tudo começou por causa de seu pai e do disco “Dedicated to You” (1961), de Ray Charles.
Ele relatou:
“Meu pai [Marty Paich] fez o arranjo de um álbum para Ray Charles há muitos anos, e tinha nomes de meninas nesse álbum. Lembro de pegar o disco e dizer: ‘olha só, são todos nomes de meninas’. Cada música era o nome de uma garota. Foi quando comecei a fazer isso, fui um dos primeiros a dizer: ‘oK, meu pai fez isso nesse álbum aqui’.”
Toto no Brasil
O Toto confirmou dois shows no Brasil para o penúltimo mês de 2024. As apresentações da turnê “Dogz of Oz World Tour!” acontecem em São Paulo (Espaço Unimed, 24 de novembro) e Rio de Janeiro (Arena Jockey, 26 de novembro). Ingressos estão à venda no site da Eventim.
Nesta turnê, Steve Lukather e o vocalista Joseph Williams, membros fixos, serão acompanhados por Greg Phillinganes (teclado e vocais), Shannon Forrest (bateria), John Pierce (baixo), Warren Ham (trompas, percussão e vocais) e Steve Maggiora (teclado e vocais). O flyer diz “David Paich apresenta”, em menção ao tecladista, mas este atualmente encontra-se aposentado das atividades do grupo.
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