As disputas judiciais relacionadas ao Charlie Brown Jr e pessoas próximas ao saudoso vocalista Chorão se arrastam na Justiça e deixam um rastro de desentendimentos, repercussões e polêmicas. Alexandre, filho do músico; Graziela, viúva e ex-integrantes da banda estão entrelaçados em um emaranhado de disputas do legado.
O Uol (clique para ler a reportagem completa) teve acesso a documentos que demonstram uma situação caótica no aspecto financeiro. A origem de tudo está em um contrato estabelecido em 2005, onde o cantor negociou a compra do nome do grupo junto aos antigos colegas por R$ 650 mil. À época, o frontman havia rompido com todos os músicos da formação. O montante foi fornecido pela gravadora EMI.
Os antigos membros, nas figuras dos guitarristas Marcão Britto – que deixou a banda no ano em questão junto do baixista Champignon e o baterista Renato “Pelado” – e Thiago Castanho, argumentam que a existência da negociação não anula o direto de continuarem usando a denominação. Também acusam Alexandre de usar uma assinatura forjada da empresa Peanuts, responsável pelo personagem Charlie Brown, como autorização do uso da marca.
Dívida paga e partilha de bens
De acordo com a reportagem, a dívida contraída por Chorão foi paga. O streaming teve papel fundamental na liquidação, visto que o Charlie Brown Jr é a banda brasileira de rock mais ouvida nas plataformas – única atração do gênero a figurar entre os 50 artistas nacionais mais difundidos nos apps.
Por conta disso, os herdeiros legais ficaram 8 anos sem receber qualquer valor proveniente desse meio. Em 2022, os rendimentos chegaram a R$ 320 mil, amparados em uma ampla popularidade que segue em uma onda crescente.
Outras disputas seguem deixando o cenário longe de um ambiente pacífico. Conforme apurado pela matéria, Alexandre e Graziela compartilharam:
- Um apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo, avaliado em R$ 7 milhões
- Dois apartamentos em Santos avaliados em R$ 2 milhões cada um
- Um carro Audi, avaliado em R$ 60 mil
- Um terceiro apartamento em Santos, sem valor declarado, doado por eles à mãe de Chorão, Leonilda Zanoni Abrão
Diretos de músicas, imagem e marca também entraram na divisão. Porém, são justamente eles que fazem parte da disputa atual, já que Graziela alega não ter recebido repasses, levando o caso à justiça em agosto de 2022.
Na ação, ela afirmava que Alexandre “escondia contratos de forma desleal” enquanto ganhava “polpudas quantias dos direitos sem repassar um centavo sequer”. A Justiça estabeleceu em outubro de 2022 que o filho de Chorão mostrasse, em 15 dias, tais registros financeiros. Contudo, o prazo não foi cumprido. Uma perícia foi pedida e ainda não concluída.
As versões de cada lado
Maurício Cury, advogado de Graziela, disse ao Uol que sua cliente não se opõe a um acordo amigável e apenas deseja que sua parte seja devidamente paga. Os representantes legais de Alexandre não responderam aos contatos.
Na ação, o filho de Chorão declara que a empresa com a qual realiza a gestão do legado, a Green Goes, é deficitária. Ele afirma ter altos gastos burocráticos e uma dívida “impagável”.
Documentos evidenciam que o artista deixou uma pendência de R$ 3,2 milhões, resultado de adiantamentos da EMI. A gravadora foi vendida em 2012 à Universal, que passou a ser a credora.
A reportagem completa, assinada por Tiago Dias e Rodrigo Ortega, pode ser lida no Uol.
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