Coolritiba 2024 supera chuva e acerta ao agradar vários perfis de fãs na capital paranaense

Festival realizado na Pedreira Paulo Leminski e na Ópera de Arame reuniu grandes artistas que foram do pop rock ao reggae e do alternativo ao samba rock

Se a tendência dos grandes festivais hoje em dia é cada vez mais unir as opções musicais com atrações adicionais — como brinquedos, stands de patrocinadores e áreas “instagramáveis” —, o Coolritiba fez bem o dever de casa em sua sexta edição, realizada no último sábado (18). Mesmo com a forte chuva que só deu trégua no início da noite, curitibanos de vários perfis e preferências musicais puderam curtir cerca de 12 horas recheadas de apresentações nos palcos montados na Pedreira Paulo Leminski e na Ópera de Arame.

Os artistas mais aguardados eram de gêneros distintos, como o pop rock de Lulu Santos, o reggae de Armandinho e o samba rock de Seu Jorge. Esses conviveram pacificamente com o funk de Marina Sena (foto), a nova MPB de Rubel, a pegada indie de nomes como Supercombo e Ana Frango Elétrico e o som rítmico eletrônico dos alemães do Milky Chance, única atração internacional, entre diversas outras atrações – mais de 20 artistas e bandas no total.

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Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

O palco principal da Pedreira se chamava Cool Stage e foi beneficiado pela acústica potencializada, por se situar num descampado cercado de paredes de pedra. O local ainda abrigou o Lab Stage, com shows menores e uma espécie de feira cultural onde eram comercializados de discos de vinil a roupas e acessórios. 

Quem prefere curtir shows com maior proximidade dos artistas e num local fechado – o que diante da tempestade lá fora vinha bem a calhar – podia ir para o Super Cool Stage, na charmosa Ópera de Arame, facilmente acessada por meio de um corredor que a ligava à Pedreira.

Os fãs que circulavam pelos mais de 100 mil m² disponibilizados para o festival podiam até reclamar da chuva, mas não de tédio. Logo na entrada principal já dava para posar para fotos na logomarca do Coolritiba e escolher sua camiseta favorita na barraca de merchandising, que exibia camisetas e agasalhos apenas do próprio festival, sem produtos dos artistas. Também dava para curtir uma baladinha eletrônica no stand da Budweiser.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

O caminho em direção ao Cool Stage ainda passava por um ponto de hidratação, que mesmo sem o calor extremo é importante. O Rango Station, como o nome sugere, reuniu restaurantes que faziam coro à proposta eclética e vendiam desde crepe, cachorro-quente e hambúrguer até pipoca, quentão e drinks.

O caráter de porte médio do festival contribuiu para que atrações como a tirolesa e o balanço radical gigante Skyfall não ficassem tão caóticas quanto em eventos como o Rock in Rio, por exemplo, em que facilmente se perde horas aguardando a vez.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato
Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

Já a Ópera de Arame não sofreu muitas intervenções e o ambiente por lá se comportou como num típico dia de show, com as pessoas atravessando a ponte e se posicionando confortavelmente nas cadeiras para curtir a música. 

Mesmo com a chuva castigando e fazendo muita gente adiar a saída de casa na esperança de o tempo firmar, talvez a familiaridade do curitibano com o clima mais frio e chuvoso não fez com que o público esvaziasse o local. Somente mais para o início da madrugada que infelizmente muitos dos presentes se renderam e acabaram indo para casa – mas não sem antes curtir bastante.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

Rubel declara amor à música brasileira para público ainda em formação

Com cerca de meia hora de atraso, o cantor e compositor Rubel subiu ao Cool Stage acompanhado de sua enorme banda de respeito composta por coro, percussão e até DJ. A chuva certamente espantou muita gente, mas o músico utilizou todas suas cartas para ganhar os fãs.

A turnê batizada de “As Palavras” passeou pela curta, porém já recheada carreira de sucessos do artista. Destaque para uma versão bem estilo samba rock de “Partilhar”, originalmente gravada na forma de balada com Anavitória. Mesmo às 13h, jogos de luzes surgiram para colorir a grande festa da música brasileira que se seguiu. O cover de “Jorge da Capadócia” (Jorge Ben Jor) manteve a energia no alto.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

Se o assunto é celebrar o próprio Brasil, não faltou espaço para o funk. “Pensei em não fazer essa parte do show porque está chovendo e frio, mas vocês vieram prestigiar, então aí vai”, disse Rubel antes de ceder o palco para seu DJ Riccardo Braga incendiar todos com um medley de funk antigo – “Glamurosa”, “Rap das Armas”, “Cerol na Mão”, entre outras.

Um dos pontos positivos da apresentação de Rubel – e de muitas do Coolritiba – foi o papel fundamental que a banda de apoio teve, seja em solos ou nos arranjos elaborados. Principalmente num momento em que Madonna no Rio de Janeiro sinalizou para a indústria que não há necessidade de ter músicos no acompanhamento, deu gosto presenciar a emoção que só instrumentos de verdade podem proporcionar.


Ana Frango Elétrico mostra personalidade e ergue a bandeira da vanguarda alternativa

Se seu nome curioso já chama atenção, a proposta musical da carioca Ana Frango Elétrico, de 26 anos, também atraiu ouvidos e olhos no Super Cool Stage, ávidos por serem impactados por uma mistura de Amy Winehouse, Os Mutantes, Clarice Falcão, entre outros temperos. 

Músicas como a experimental e cômica “Camelo Azul” e a bem conhecida “Electric Fish” fizeram a plateia da Ópera se levantar das cadeiras para dançar ao ritmo da bateria metade eletrônica e metade acústica da banda de apoio – que, aliás, deu um show de escolha de timbres de teclado e guitarra e arranjos.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

O show que faz parte da turnê “Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua”, promovendo o álbum de mesmo nome lançado em 2023, teve boa dinâmica. Os músicos souberam dosar a intensidade com que atacavam seus  instrumentos conforme Ana utilizava sua voz aguda de maneira mais suave ou – com o perdão do trocadilho – mais elétrica. Vale dizer que sua performance funciona melhor na segunda situação.

Talvez um pouco mais de interação com os fãs teria sido a cereja no bolo que faltou, já que muitos dos que se sentavam atrás não conheciam o repertório da artista. Seria a chance de conquistar ainda mais adeptos para seu som, que já tem méritos simplesmente por estar instalado na fronteira da vanguarda alternativa contemporânea.


Supercombo se vale do formato banda e incendeia a Ópera com seu rock enérgico

A grande maioria das atrações do Coolritiba foram no formato “artista com banda contratada”. Isso inclui de Lulu Santos e Armandinho até Rubel e Seu Jorge. Representante praticamente solo da boa e velha escola do grupo de rock, o Supercombo fez valer a combinação explosiva de seus integrantes para mostrar que o estilo está mais vivo do que se pensa.

Leonardo Ramos (voz e guitarra), Carol Navarro (baixo e voz), Paulo Vaz (tecladista) e André Dea (bateria) deram aula de como transportar a vibe quase sempre dançante e positiva de suas composições para o ambiente. O incrível carisma da dupla Leonardo e Carol fez hits como “Monstros” e a recente “Ímã” ganharem combustível extra.

A meia-balada “Amianto” e sua letra atualíssima sobre o combate ao suicídio poderia ser jogada arriscada que diluiria a alegria pulsante, mas não foi isso o que aconteceu e todo mundo cantou a mensagem sem dispersar. “Vamos dançar! É nossa primeira vez aqui nesse local”, comentou Carol antes de relembrar aos presentes que Dea é natural de Curitiba – para delírio geral.

Mesmo abrigado na Ópera de Arame, o Supercombo optou por não utilizar tantos efeitos de luz. Os recursos extra musicais mais interessantes ficaram por conta do figurino, que misturava criatividade, diversão e elegância, e por conta da performance em si.

De volta ao repertório, em “Aos Poucos”, Vaz deixou o teclado de lado para ir ao primeiro plano empunhando uma guitarra. Foi provavelmente a música mais pesada do festival! Leonardo e seus guturais aqui e ali arrancavam olhares de surpresa dos que ainda não conheciam o grupo, que pareciam ser minoria na Ópera. Isso porque o local correspondia a cada comando de palmas e gritos da banda e pulava junto com os membros.

Se o Supercombo ganhou disparado o título de atração com mais atitude roqueira com uma performance visceral, outras características tornaram a apresentação bem única. Primeiro, o anúncio de que ano que vem haverá disco novo na praça; segundo, a presença de uma criança fofa que cantou junto o clássico “Piloto Automático” no final. Afinal, o estilo está mais vivo do que nunca. Certo?


Frio frustra conceito de Armandinho, mas hits à prova de chuva empolgam Pedreira

O porto-alegrense Armandinho é um dos maiores nomes do reggae do Brasil e só por isso sua apresentação no Coolritiba tinha uma expectativa gigante. O único problema é que a chuva e o frio que imperavam no local não combinam muito com sua proposta estética, que inclui menção a praia, cachoeiras, positividade, calor e outras opções no mesmo campo semântico.

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De certa forma essa contradição pareceu pairar como algo estranho no ar da Pedreira, mas o show acertadamente pensado para festival – enfileirando hits – tratou de colocar muitos para dançar passos típicos do reggae. Outro tom do show foi o discurso pró-ambiente e pró-liberdade de consciência e pensamento. Para espantar qualquer energia ruim!

Mais uma vez os músicos deram show e dessa vez o naipe dos metais com trompetes e derivados deu um charme a mais para as músicas. A romântica “Eu Juro” foi um dos poucos momentos reservados para beijos de casais no Coolritiba. Já a intimista “Lua Cheia”, com Armandinho sentado ao violão, serviu de aquecimento para a parte mais enérgica que viria na sequência.

“Toca Uma Regguera Aí”, por exemplo, mostrou que o antídoto para a chuva eram mesmo os clássicos good vibes. Mais para o final, “Analua” fez todo mundo cantar forte e se imaginar com os pés na areia num dia de sol. É inegável como a boa mixagem favorecida pelo ambiente da Pedreira ajudou muito os artistas que passaram por lá – e com Armandinho não foi diferente. Sua voz soava límpida e com bastante brilho, sendo ouvida nos quatro cantos do local.

O maior desafio para Armandinho veio de situações que ele não podia controlar. Ele foi um dos que mais sofreu com a chuva, que caía forte durante boa parte de sua apresentação. O cantor até chegou a fazer alguns pedidos para o universo aliviar seu lado – “sai, chuva!” –, mas não obteve muito resultado.

A sorte é que as águas caíram justamente sobre um artista calejado, que soube driblar as dificuldades da melhor forma possível.


Com pinta de superstar, Seu Jorge uniu todas as tribos no melhor show da noite

Desde que surgiu no Farofa Carioca e principalmente após seguir carreira solo, Seu Jorge criou uma estética de samba rock que caiu no gosto dos brasileiros. Se o Coolritiba abrigou todas as tribos, coube ao músico da Baixada Fluminense uni-las.

A banda que o acompanhou era um show à parte. Com passinhos ensaiados no melhor estilo pagode dos anos 1990, os grupos de backing vocals e de metais deram ainda mais vida para os vários hits que foram visitados pelo cantor desde que pisou no palco. 

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

Vestido de forma elegante com óculos escuros e ostentando seu vozeirão com pinta de super estrela, logo no começo, “Mina do Condomínio” e “Chega no Swingue” testemunharam a maior concentração de fãs que realmente estavam lá para curtir aquele artista específico. A sensação é que foi a atração que mais chamou público, que cantava alto e emocionado os versos.

No que diz respeito às músicas, quase tudo foi bola dentro do gol. “Batuque”, inédita, não fez tanto sucesso, já que praticamente ninguém a conhecia. Já em “Carolina” abriu-se espaço para um tremendo solo de trombone. Um dos poucos pontos de maior interação com a plateia veio antes de “Amiga da Minha Mulher”, precedida pela história de quando o artista estava num churrasco e a ideia para a letra surgiu.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

“Se eu tivesse mais tempo de show, ficaria mais aqui”, lamentou Seu Jorge no terço final de sua apresentação. A sensação é que mesmo se tivesse três horas, os sucessos continuariam sendo retirados da cartola. 

As canções mais voltadas para a dança e o swing, que já fazem parte do imaginário popular do repertório do brasileiro médio, foram o ponto alto do Coolritiba, talvez rivalizando com os maiores clássicos de Lulu Santos. Já os hits indiscutíveis, só que mais lentos, como “Quem Não Quer Sou Eu”, não chegaram a esfriar, mas também não jogaram muito a favor.

A dupla final com “Felicidade” e “Burguesinha” pode melhor representar o que foi a apresentação de Seu Jorge. Todo mundo dançando e cantando feliz e aproveitando a trégua da chuva que ainda daria as caras, mas agora com menor volume. Desde o funkeiro instagramável até o roqueiro alternativo, todo mundo pareceu concordar que Seu Jorge foi o ponto alto da noite.


Milky Chance usa carisma como esforço para driblar sensação de “estranho no ninho”

A banda alemã Milky Chance faz um som difícil de classificar, mas sempre com a espinha dorsal da música eletrônica ditando o ritmo. Natural da Alemanha e formado em 2012, o quarteto formado por Clemens Rehbein, Phillip Dausch, Antonio Greger e Sebastian Schmidt têm carreira recente, mas que já acumula sucessos gigantescos como “Stolen Dance” e seus 1,5 bilhão de streamings no Spotify.

A aposta na escalação de um sucesso internacional no Coolritiba pode soar como acerto num primeiro momento, já que dá mais prestígio para o evento e apresenta ao Brasil uma banda que ainda não conquistou corações e mentes por aqui igual no exterior. Só caberia discutir a posição no lineup: eles se apresentaram entre Seu Jorge e Lulu Santos, num horário de grande prestígio e expectativa. Surpreenderia menos caso tivessem sido escalados antes de Armandinho, no fim da tarde.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

Quem não conhecia e deu uma chance, se deu bem. Músicas como “Living in a Haze”, com refrão fácil de entender em qualquer língua, foram instalando nos presentes a vontade de dançar. Valeu até aquele recurso clássico de pedir que todo mundo se abaixasse para, então, num refrão explosivo, todos pularem com força.

É inegável que o Milky Chance animou menos do que as muitas das atrações do Cool Stage, mas o que poderia ser uma história de Patinho Feio acabou apenas sendo um típico caso de estranho no ninho. Musicalmente, os pontos fortes eram a bateria de Sebastian, com tambores acústicos e eletrônicos, e os timbres que Clemens e companhia criavam com seus instrumentos.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

Quando, mais para o final, Sebastian se enrolou numa bandeira do Brasil, um fã histérico resolveu invadir o show. Acabou sendo tratado com sorrisos pelo alemão. A vantagem de não ser brasileiro foi essa: poder ganhar o amor do público ao demonstrar carinho pelas cores verde e amarela.

Valem ainda as menções honrosas para “Sadnecessary” e “Sweet Sun”, que mesmo já pegando o público desgastado, conseguiram fisgar pelo carisma. O poder da bandeira do Brasil falou mais alto!


Lulu Santos capricha em cenário e repertório, mas sofre com horário

O show responsável por fechar os trabalhos no Cool Stage, às 23h30, foi o de Lulu Santos, que teve muito mais acertos que erros, mas com revezes difíceis de contornar. Para começar, a estrutura apoteótica que o hitmaker trouxe fez com que o espaço entre o fim do Milky Chance e o início de sua apresentação fosse maior do que o normal.

Isso não seria um problemão, mas o avançar da hora somado ao frio e chuva fez com que muitos fãs desistissem de conferir o show e fossem para suas casas já satisfeitos. Não que fosse uma horda que deixou o Coolritiba, mas o local estava um pouco mais esvaziado quando surgiu a santíssima trinca “Toda Forma de Amor”, “Um Certo Alguém” e “O Último Romântico”.

O cenário trazia camadas de tecidos leves que balançavam com o vento e, junto com as luzes, traziam um efeito que agregava muito. Lulu chegou com um terno listrado verticalmente e agradeceu a quem esperou. “Ainda bem que essa chuva não está caindo em Porto Alegre”, disse em alusão às chuvas enfrentadas pelo Rio Grande do Sul.

Algumas escolhas de repertório acabaram se mostrando não muito acertadas, como “Caso Sério”, original de Rita Lee, que não chegou a empolgar. Quando jogava com o time que já ganhou no passado, Lulu tinha êxito. Até mesmo nas baladas como “Apenas Mais Uma de Amor” e “Tudo Bem”, quando os casais puderam curtir. Já a frenética “Assim Caminha a Humanidade” e a reflexiva “Aviso aos Navegantes” foram os destaques da metade final do espetáculo.

Foto: Carolina Maiato @carolinamaiato

Talvez, numa jogada arriscada, valesse mais a pena sacrificar a montagem do cenário da atual turnê chamada “Barítono” em prol de manter maior quantidade de fãs no local. Contudo, é um tipo de situação complicada de lidar. Pelo menos a essa altura a chuva cessou de vez.

Um ponto que fez o show ganhar principalmente no quesito memória afetiva foi procurar manter as músicas próximas de seus arranjos originais – mesmo levando em conta que as ambientações de teclados diferentes para introduzir as canções e, claro, dando desconto para a voz do septuagenário Lulu, sabiamente poupada dos agudos.

Poderia, sim, ter sido uma apresentação melhor sem a questão do horário para se lidar. Mas fato é que quem ficou, conseguiu se divertir para valer com músicas que já estão mais do que comprovadas que funcionam, tanto no formato show individual quanto nos festivais.

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Jornalista, fotógrafo de shows, youtuber e escritor, com passagens por veículos como Whiplash, Roadie Crew, Rock Brigade e Metal na Lata. É autor do livro "Sabaton: Histórias de Guerra" e coautor de "Andre Matos: A Obra". Ama todos os subgêneros do rock e do heavy metal na mesma medida que ama escrever sobre isso. Site: gustavomaiato.com.br

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