O Megadeth encerrou sua turnê pela América Latina na última terça-feira (30). Na primeira semana de abril, a banda deu início à nova etapa da “Crush the World Tour” no Peru. Em seguida, passou pelo Paraguai, Chile, Argentina, Brasil (com um show único em São Paulo), Colômbia, México e, por fim, em El Salvador.
Por isso, o líder Dave Mustaine aproveitou o momento de “despedida” para publicar um emotivo texto nas redes sociais. Logo no primeiro parágrafo, o vocalista e guitarrista destacou a energia das plateias dos países latinos, como também as mudanças executadas pelo grupo no setlist de cada lugar.
“Vivemos os momentos mais virtuosos aqui na América Latina. Os fãs têm feito um barulho insanamente alto. Cada cidade contou com um setlist diferente e nós trabalhamos bastante nessa turnê! Esperamos que os fãs tenham ouvido suas músicas favoritas, bem como algumas faixas menos conhecidas que não tocamos há algum tempo.”
Em seguida, o cantor, em uma espécie de reflexão, explicou que, muito em breve, os músicos voltarão para casa. A ideia de encerrar uma série de shows o deixou um tanto quanto melancólico, sobretudo por causa da conexão criada com os outros integrantes, como declarou:
“Avançando o tempo para hoje. Eu estava olhando alguns papéis na mesa da suíte do hotel. e notei algo diferente na lista de quartos. Dizia que, daqui, vamos voltar para casa, o que sempre me deixa melancólico. Nós quatro nos tornamos bons amigos e estamos todos crescendo juntos no Megadeth.”
A partir daí, Mustaine passou a elogiar cada um dos membros do Megadeth. Começou pelo baterista Dirk Verbeuren, com quem divide os palcos desde 2016. Inclusive o comparou com o saudoso Gar Samuelson, falecido em 1999 e responsável por empunhar as baquetas nos dois primeiros álbuns “Killing Is My Business…And Business Is Good!” (1985) e “Peace Sells…But Who’s Buying?” (1986).
“Dirk é um baterista incrível e muitas vezes me pergunto como tive a sorte de tocar com ele (ele é muito parecido com Gar). Ele é um homem maravilhoso e humilde com quem aprendi muito.”
Depois chegou a vez de James LoMenzo, encarregado do baixo e dos vocais de apoio. Ele atuou como parte do Megadeth entre 2006 e 2010 e retornou como substituto de David Ellefson em 2022.
“James tem sido nossa âncora e meu mentor para cantar. Ele é um baixista insano, que canta com tanta confiança que consigo facilmente aceitar orientações e críticas vindas dele. Ele aprendeu todas as músicas que tocamos ao vivo, nota por nota, e adoro vê-lo todas as manhãs.”
Por fim, mencionou o novato guitarrista Teemu Mäntysaari. Em setembro do ano passado, o filandês ocupou o posto de maneira anunciada como temporária, devido à ausência de Kiko Loureiro. Contudo, a saída definitiva do brasileiro foi confirmada e, assim, virou um membro oficial.
“Não serei capaz de falar o suficiente sobre Teemu, e nem preciso, porque vocês, sem dúvida, viram registros de nós dois juntos. Ele é um cientista maluco na guitarra, ele toca todas as partes dos guitarristas anteriores sem esforço, com elegância e com o máximo respeito por seu antecessor.”
O vocalista concluiu o texto ressaltando o entrosamento da formação atual e a necessidade de, cada vez mais, trazer novidades ao repertório. Por isso, a próxima perna do giro, marcada a partir de junho na Europa, deve apresentar surpresas:
“Nós quatro tocamos e ensaiamos as músicas todos os dias, revendo, aperfeiçoando e construindo nosso repertório para tocar para vocês. Quando chegarmos à Europa neste verão, acrescentamos ainda mais músicas, para variar as nossas playlists de músicas tocadas ao vivo.”
Outros elogios
Em entrevista exclusiva ao site, concedida antes da passagem por território nacional, Dave Mustaine já havia tecido elogios a alguns dos colegas. Na ocasião, mencionou, primeiramente, o talento de Teemu, descrevendo:
“Tenho dito para alguns de nossos amigos mais próximos que sinto o mesmo que Ozzy Osbourne deve ter sentido quando encontrou Randy Rhoads. Teemu é muito bom. E sempre tive ótimos guitarristas, e até gostaria de levar o crédito por esse, mas não posso, Kiko o encontrou. Obrigado, Kiko!”
Já a respeito de LoMenzo, a afirmação foi um pouco mais extensa — e envolveu citações, diretas ou indiretas, a ex-integrantes:
“Amo James. Tivemos outros dois baixistas que tocaram no Megadeth. Houve um terceiro (nota do editor: provavelmente Matt Kisselstein), mas nunca fizemos nenhum show com ele. Esse é o baixista que estava lá no começo. Então, sempre que alguém disser que houve pessoas cofundadoras (nota do editor: provavelmente David Ellefson)… havia outro baixista no começo, então não há cofundador. Acho que há muita história com mudanças. Não acho que James gostaria que você o visse naquele período. A vida dele está muito melhor agora. A banda está muito melhor. Sabe, sem querer ofender os Drovers, Shawn (baterista entre 2004 e 2014) ou Glen (guitarrista entre 2004 e 2008), porque ambos são ótimos músicos, mas acho que James está tocando melhor agora, ele canta muito bem, e sei que ele toca muito, muito bem com Dirk Verbeuren, e isso é o que um baixista deve fazer. Ele deve tocar com os bateristas.”
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