A despeito de ter surgido com influências bem claras – absolutamente normal em se tratando de um artista iniciante –, o Queen pode ser classificado como o tipo de banda que possui sonoridade muito própria. Do pop dançante ao heavy metal, o quarteto nunca deixou de imprimir sua marca no que fazia. A ponto de qualquer composição ser facilmente reconhecível.
De todas elas, a mais marcante foi justamente a que se tornou a mais popular: “Bohemian Rhapsody”, single que promoveu o terceiro álbum do grupo, “A Night at the Opera” (1975). Freddie Mercury tinha noção disso e não escondia a opinião de que nenhum outro artista teria a mesma ousadia.
Disse o frontman ao livro “Classic Rock Stories: The Stories Behind the Greatest Songs of All Time”, de 1998, em resgate do Far Out Magazine:
“Com quem você pode comparar isso? Cite um grupo que fez um single operístico. Você sabe, estávamos convencidos de que seria um sucesso completo. Fomos forçados a fazer concessões em algumas situações, mas cortar uma música nunca seria uma delas.”
Batendo de frente com a gravadora
Em entrevista resgatada em 2019 pelo jornal The Mirror, Freddie deu mais detalhes sobre a disputa que o Queen precisou travar com a gravadora para que o conteúdo da gravação fosse preservado.
“Encontramos certas barreiras porque as gravações duraram seis meses e houve inúmeras brigas. A gravadora queria editar para usar a canção como single, mas dissemos: ‘não adianta, ou você ouve inteira ou escolhe outra música’.”
Foi quando entrou em cena uma figura preponderante: Kenny Everett, DJ da BBC Radio One. Na mesma matéria, Steve Norman, músico e amigo pessoal de Mercury, recordou:
“Kenny continuou tocando a música repetidamente. Ele dizia aos ouvintes que não deveria estar dando o play toda hora, mas que seu dedo escorregou.”
Queen e “Bohemian Rhapsody”
“Bohemian Rhapsody” possui mais de 2,5 bilhões de plays no Spotify, serviço de streaming em áudio mais popular do mercado. Em 2021, o single já havia superado 10 milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos. Com isso, o Queen se tornou a primeira banda britânica a alcançar a premiação disco de diamante por uma música avulsa na América do Norte.
Em 2018, foi reconhecida pelo Google como a canção com maior número de streamings no século até aquele momento. O levantamento incluiu serviços como o já mencionado Spotify, Deezer e Apple Music, entre outros, além do vídeo oficial no YouTube.
Curiosamente, à época do lançamento original, em 1975, o grupo precisou insistir para que ela fosse lançada como música de trabalho. Venceu a guerra, com a canção chegando ao topo dos charts.
Não à toa, deu título ao filme que, independente de algumas controvérsias em relação à produção e linha do tempo do roteiro, apresentou o quarteto a um novo público.
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As ‘controvérsias na produção e linha do tempo do roteiro’, também ocorreram em The Doors (1991), a contragosto da banda, inclusive, e em muitos outros filmes.
É a tal ”licença poética”.
Muitas pessoas esperam que o filme seja como nos Documentários, com toda a biografia dos musicos de forma detalhada, não é assim que funciona.