Tony Iommi explica por que não gosta de “Forbidden”, do Black Sabbath

"Patinho feio" da discografia da banda contou com interferência da gravadora no processo, além de produção muito diferente do habitual

Forbidden (1995) é quase uma unanimidade na discografia do Black Sabbath, só que de forma negativa: praticamente ninguém gosta. Isso inclui Tony Iommi e praticamente todos os envolvidos no álbum, que contou com a deslocada produção de Ernie C, guitarrista do Body Count, bem como a participação do rapper Ice-T na faixa “The Illusion of Power”.

O disco ganhou uma nova mixagem e foi relançado no box Anno Domini: 1989-1995”, que reúne outros trabalhos da “era Tony Martin” do Sabbath. Os dois Tonys divulgaram alguns vídeos no YouTube comentando sobre os álbuns e ao abordar “Forbidden”, Iommi contou quais foram os principais problemas.

- Advertisement -

O guitarrista disse, conforme transcrição do Ultimate Guitar:

“Bem, basicamente, (o problema foi) foi a I.R.S., a gravadora. Apenas não funcionou e ninguém ficou nem um pouco feliz com aquilo. Mas nós aceitamos, porque era uma coisa da gravadora e nós fomos meio que derrotados, na verdade.”

Martin contou que tudo começou bem, até a gravadora entrar no processo de produção. O vocalista revelou:

“Quando estávamos compondo as coisas, estávamos realmente nos divertindo, não estávamos? (Iommi concorda) Estávamos dando risada no estúdio. E então, conforme o disco começou a ser gravado, todo mundo ficou meio infeliz.”

Ernie C, o elefante na sala

Obviamente, a grande interferência da gravadora em “Forbidden” foi a presença de Ernie C como produtor. No mesmo vídeo, Iommi comentou a produção do guitarrista do Body Count e o que foi feito na remixagem para resolver o máximo possível dos problemas.

“Com a remixagem… nós não gostamos do que Ernie fez. Ernie faz o que faz com Ice-T, o que é ótimo e nós o respeitamos, mas não funcionou conosco. Pegando aquilo e ouvindo, apenas não soa certo. Há partes lá que não estavam realmente no disco… mas você só pode fazer o possível, não dá para regravar a coisa toda. Então, tivemos que manter como era, mas tentar melhorar o som.”

Nem sempre Tony Iommi pegou tão leve assim nas críticas a Ernie C e seu trabalho no disco. Em 2019, falando à Classic Rock, o líder do Sabbath rasgou o verbo e deu mais detalhes do que realmente aconteceu em “Forbidden”.

“Alguém na gravadora sugeriu que trabalhássemos com Ice-T. Minha reação foi: ‘quem diabos é ele?’. Porém, nós o conhecemos e ele era um cara legal, além de fã do Sabbath. Ernie C acabou produzindo, o que foi um erro terrível. Ele tentou fazer Cozy Powell tocar umas linhas de hip hop, o que, com razão, o ofendeu. Não se deve dizer a Cozy Powell como tocar bateria.”

O outro lado

Em entrevista ao podcast do músico Danko Jones, transcrita pelo Blabbermouth, Ernie C também falou sobre “Forbidden”. Ele apontou que Iommi conhecia sim Ice-T e afirmou que o próprio guitarrista lhe convidou para produzir o álbum, não uma imposição da gravadora.

“No primeiro álbum do Ice-T, ele usou samples de ‘War Pigs’. Tony ouviu e disse que gostou. Ele soube que eu produzi os primeiros discos do Body Count e nos ligou. […] Foi uma boa experiência. Posso dizer que fiz um álbum do Black Sabbath. E também me fez notar que eu não queria produzir bandas já consagradas. É melhor produzir pessoas mais jovens, que te ouvem.”

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesTony Iommi explica por que não gosta de “Forbidden”, do Black Sabbath
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades