A música do Black Sabbath que é 100% jazz — e as mais inspiradas por Beatles

Segundo Geezer Butler, banda não queria ficar restrita a nenhum tipo de sonoridade específica e, por isso, explorava diferentes elementos

Na opinião de Geezer Butler, uma das maiores conquistas do Black Sabbath no início da carreira foi mesclar diferentes sonoridades. Segundo o baixista, a banda não só apresentava elementos mais pesados, como também faixas orientadas a variados gêneros musicais. 

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Em conversa com o Songfacts, para divulgar a nova edição física de seu livro “Into the Void: From Birth to Black Sabbath and Beyond”, o músico abordou o tema. Inicialmente, como destacado pela Ultimate Guitar, ele concordou com o entrevistador Greg Prato a respeito da variedade presente na discografia do grupo.

Então, citou a faixa que, em sua opinião, é 100% jazz: “Air Dance”, do disco “Never Say Die!” (1978). Ele justificou: 

“Em nossos álbuns, íamos de coisas muito pesadas ao jazz. Por exemplo, ‘Air Dance’ é totalmente jazz. Nas primeiras músicas que compusemos, [o baterista] Bill Ward foi realmente influenciado por Buddy Rich, então trazia um swing para sua bateria. Não queríamos ficar restritos a nenhum som em particular, então adorávamos experimentar quando conseguíamos.”

Outra inspiração notória surgiu dos Beatles — os heróis do vocalista Ozzy Osbourne. A criação de músicas mais “suaves”,  como “Planet Caravan”, “Solitude” e “Changes”, veio justamente das referências do Fab Four, nas palavras do baixista: 

“Pegamos muita inspiração dos Beatles. Ouvindo álbuns dos Beatles, percebemos que eles faziam uma música pop normal ser muito variada. Especialmente no ‘Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band’, cada música tem seu próprio tipo de som e sentimento. Não queríamos ter um som específico em um álbum. Gostamos de variá-lo. Isso faz você crescer como músico.”

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Black Sabbath e o jazz

Além de Geezer Butler, os outros integrantes do Black Sabbath também reconhecem o protagonismo do jazz dentro da banda. Em sua autobiografia lançada em 2009, conforme a Rolling Stone, Ozzy Osbourne não só mencionou o fato, como também citou uma outra canção em que a influência é perceptível: “Wicked World”, de 1970. 

“Se você ouvisse nosso som com atenção, também poderia ouvir muitas influências do jazz, como a introdução no estilo de um swing de Bill para uma de nossas músicas iniciais, ‘Wicked World’.”

Já em entrevista para a The Quietus em 2015, Bill Ward opinou a respeito da inspiração advinda do gênero. Para o baterista, a bagagem musical dos músicos formada na infância e adolescência ditou diretamente o som que faziam:

“Quando as pessoas olham para os nossos trabalhos antigos, percebem o quanto o jazz estava sendo tocado no Black Sabbath. E acho que isso vem do que aprendemos na infância e das influências que tínhamos entre 13 e 14 anos e até os 20 anos, como o blues. E o R&B, claro, também era muito forte.”

O próprio explicou sua familiaridade que teve com o estilo quando ainda era criança:

“O primeiro tipo de música que ouvi foi o jazz americano. Minha mãe e meu pai, durante a Segunda Guerra Mundial, tinham muitos discos de jazz americanos. Então, quando criança, em 1952 – eu nasci em 1948 – eu ouvia muitos desses álbuns.” 

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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