O que Brian Johnson achou de “Enter Sandman”, do Metallica, ao ouvi-la pela 1ª vez

AC/DC compartilhou o palco com os líderes do Big Four durante o Monsters of Rock russo, em 1991

Em 1991, o AC/DC foi a atração principal do Monsters of Rock russo. O evento gratuito, realizado no aeródromo de Tushino, em Moscou, reuniu mais de um milhão e meio de pessoas. Além de atrações locais, The Black Crowes, Pantera e Metallica também participaram do festival. Porém, o momento causou estranheza em Brian Johnson.

O vocalista dos donos da noite confessou não ter se sentido confortável em ter a banda com a música mais famosa do mundo naquele momento como mera coadjuvante. A confissão aconteceu durante um episódio de seu programa “Life on the Road”, com a participação de Lars Ulrich.

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Disse o cantor, conforme transcrição do Ultimate Guitar em 2021:

“Lembro que vocês entraram no palco com ‘Enter Sandman’ e eu pensei: ‘tenho que conferir esses caras’. Todo mundo tenta encaixar a música em caixas, seja hard rock, thrash metal ou sei lá o quê… mas para mim, aquilo era rock and roll puro. A bateria tinha um suingue que o thrash metal tradicional não possui.”

Lars deu uma explicação a Brian, que tinha a ver com as raízes da banda. Além do AC/DC, sobrou espaço para outras menções.

“Você precisa lembrar que nossas raízes musicais estão no que vocês faziam, também o Deep Purple, Led Zeppelin… Éramos ligados ao lado mais pesado do rock and roll, apenas passamos a tocar um pouco mais rápido.”

Realmente, a performance da faixa de abertura do disco homônimo do Metallica – o famigerado “Black Album” – é uma das mais marcantes da história, tendo sido vista em todo o planeta e virado até uma espécie de segundo videoclipe oficial. Confira abaixo.

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O constrangimento de Brian Johnson

A sensação de desconforto tomou conta de Brian. Estava claro que o Metallica vivia um momento que os credenciava a algo muito maior que o patamar de banda de aquecimento do AC/DC.

“Graças em parte ao sucesso de ‘Enter Sandman’, o ‘Black Album’ chegou às paradas americanas em primeiro lugar. E conforme a turnê Monsters of Rock avançava, nos encontramos como atração principal acima da banda que na época tinha o álbum mais vendido na América.”

O lado político do Monsters of Rock russo

Os dois finalizaram a conversa relatando o aspecto político do evento. Johnson recordou o convite:

“Estávamos em Barcelona e recebemos uma ligação de Boris Yeltsin (primeiro presidente da Rússia após a dissolução da União Soviética). Na verdade, de uma pessoa ligada a ele, dizendo: ‘vocês devem vir a Moscou porque o regime acabou e nós prometemos aos jovens’. Eles queriam rock ‘n’ roll.”

Ulrich arrematou:

“Primeiro, lembro de toda a experiência – porque, como você disse, foi um show adicionado literalmente em algumas semanas. Houve uma mudança de regime em toda a Europa Oriental, e aquele era a vez da Rússia. Pelo que me disseram, o governo negociou com os estudantes e os jovens que, como parte do acordo, eles teriam um show de rock. Disseram-me que havia meio milhão de pessoas lá.”

Na verdade, o número era bem maior, embora uma quantia exata nunca tenha sido determinada, devido à natureza da realização gratuita e em um espaço bastante amplo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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