Todo fã tem seus favoritos. Mesmo no contexto da gênese do rock pesado, alguns nomes são mais venerados que outros. Em meio a lista de pioneiras que definiram o gênero, o Deep Purple ocupa um lugar de prestígio, mas não chega ao patamar de reconhecimento alcançado por bandas como Led Zeppelin, muito popular especialmente nos Estados Unidos, e Black Sabbath, reconhecido por conceber o heavy metal como o conhecemos.
Pelo menos essa é a perspectiva da revista Classic Rock, que levou a questão a Ian Gillan, durante entrevista realizada em 2020. Na ocasião o vocalista do Purple foi questionado quanto a diferença de sucesso entre as bandas e se isso o irritava.
A resposta foi:
“Não, de jeito nenhum. Estou feliz que pessoas suficientes tenham gostado de nós naquela época para criar esse misticismo e longevidade, e que as pessoas ainda gostem de nós hoje. Você não pode fazer algo por mais de 50 anos a menos que esteja fazendo certo.”
Altos e baixos
Mas não são só acertos que compõem as cinco décadas de carreira do Deep Purple. De acordo com Gillan, o grupo passou por um período de instabilidade motivado por questões comerciais na década de 1980, após o álbum de reunião da formação Mark ll.
“Deep (‘profundo’) é o oposto de ‘raso’, e acho que é isso que eu estava querendo dizer. Acho que perdemos o rumo até certo ponto por um tempo, especialmente após o álbum ‘Perfect Strangers’ [1984], porque não seguimos realmente o ethos da banda que era tão bem-sucedido. E isso era ser corajoso e audacioso e compor com o coração. Um toque de comercialismo se infiltrou na banda. Por isso que eu saí em 1973.”
A retomada dos valores criativos da banda se deu na década seguinte com a chegada do guitarrista Steve Morse, substituindo em definitivo Ritchie Blackmore. Para o cantor, a situação se consolidou devido à parceria mais recente com Bob Ezrin, produtor por trás de álbuns como “Now What?!” (2013), “Infinite” (2017) e “Whoosh!” (2020).
“Quando Steve Morse se juntou à banda, os danos começaram a ser reparados porque, pelo menos, estávamos trabalhando entre nós novamente. Mas acho que foi Bob Ezrin quem foi capaz de dizer: ‘Se vocês só querem compor músicas e gravá-las, esqueçam. Eu quero voltar para onde vocês estavam em 1968 – ousados, sem se curvar ao rádio’. E foi fantástico. De repente, tínhamos alguém que tomava as rédeas.”
Deep Purple atualmente
Com uma extensa discografia, o Deep Purple anunciou o lançamento de seu 23º álbum de estúdio para 19 de julho pela gravadora earMUSIC. Intitulado “=1”, o trabalho conta com treze faixas produzidas por Bob Ezrin em sua quinta colaboração com a banda. “Portable Door”, primeiro single do disco, já foi disponibilizado.
A turnê de promoção “= 1 More Time Tour” conta com datas pela Europa e Reino Unido entre outubro e novembro, após a passagem da banda pelo Brasil para apresentação no Rock in Rio no dia 15 de setembro.
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