Dinho Ouro Preto deixou claro seu posicionamento nas últimas eleições. Tanto nas redes sociais, quanto em entrevistas, o vocalista do Capital Inicial manifestou-se contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Olhando em retrospecto para as disputas eleitorais, o cantor, apesar de estar do “outro lado”, acredita que não é plausível rotular todos os eleitores do político como “fascistas”.
Durante conversa com Gabriel Zorzetto para o Estadão, o artista, inicialmente, abordou a própria visão política. Dinho categorizou seus pensamentos como de centro-esquerda e revelou preocupação quanto ao extremismo, à polarização e ao ativismo ligado à sua música.
Ele disse:
“Me considero de centro-esquerda. O extremismo me preocupa. Durante as últimas eleições, eu e várias outras pessoas que não são petistas, Simone Tebet, Alckmin, FHC, apoiamos o Lula por perceber o perigo que o Bolsonaro representava. De fato havia, tanto que em 8 de janeiro os caras tentaram dar um golpe. Antes da eleição, fiz o L, perdi dezenas de milhares de seguidores. Em alguns momentos críticos da história do Brasil você precisa se pronunciar. Somos de uma geração engajada, mas também não quero que o Capital vire um palanque. Eu não sou um ativista, sou um músico.”
Em seguida, afirmou que os apoiadores de Bolsonaro — 58 milhões no segundo turno em 2022 — não englobam apenas “fascistas”, mas também camadas como os antipetistas, conservadores e direitistas. Por isso, o vocalista acha que é “extrapolar” utilizar da palavra “fascistas” para descrevê-los de maneira geral diante da quantidade de gente.
Ao mesmo tempo, também considera incorreto colocar os simpatizantes da esquerda necessariamente como “comunistas”. Ele explicou:
“Agora, você não pode achar que metade do Brasil que votou no Bolsonaro é fascista. Não é possível, não dá para ser. Uma grande fatia disso engloba os antipetistas, os conservadores… Mas daí a dizer que são fascistas é extrapolar. Do mesmo jeito que isso vale para a esquerda também. Você tem dentro do PT gente bastante simpática a regimes totalitários. Inclusive, o Lula volta e meia faz elogios a autocracias, algo que tenho dificuldade de engolir. Mas usar a palavra ‘comunista’ para servir a todo mundo da esquerda me parece incorreto. E o inverso também me parece errado. Nem todo mundo que é de direita é fascista. No entanto, há uma parte da direita que foi acampar na frente dos quartéis. Esses aí… não sei bem, me lembram um pouco o integralismo.”
O arrependimento político de Dinho Ouro Preto
Em 2016, Dinho Ouro Preto publicou uma foto ao lado de Sergio Moro. À época, o vocalista elogiou o trabalho do juiz, responsável pelo julgamento em primeira instância dos crimes apurados pela Operação Lava Jato e, futuramente, ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Porém, anos mais tarde, o cantor definiu como “erro monumental” ter acreditado nas intenções do agora senador e elegeu a Operação Lava Jato como “a responsável pela ascensão da extrema direita” no Brasil. Em participação no podcast Superplá, de João Gordo em 2023, ele revelou:
“O cara veio em um show nosso, mas isso foi em 2016. Ali no começo, [cheguei a acreditar nele] sim. Era 2016, dois anos antes do Lula ser preso, estava no meio dos poderosos… e verdade seja dita, o Supremo Tribunal Federal inteiro estava dizendo que sim. Mas mordi minha língua. Esse foi um erro monumental.”
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Dinho é um clássico fracassado tanto na música, quanto intelectualmente.
Tem que dar uma boa estudada antes de aprofundar a opinião.