Em 60 anos de vida, Dinho Ouro Preto gabaritou a cartilha dos problemas de saúde. Queda do palco — que o deixou em estado grave em 2009 —, dengue, gripe aviária e covid-19 foram apenas algumas das situações superadas pelo imortal vocalista do Capital Inicial.
Em entrevista a Gabriel Zorzetto para o Estadão, o Highlander do rock nacional refletiu sobre a sorte de sobreviver à série de enfermidades que enfrentou nas últimas décadas e revelou uma curiosa predisposição familiar para vencer tais empecilhos. Inicialmente, o artista relembrou as complicações de quando caiu do palco durante show em Patos de Minas há 15 anos.
Ele disse:
“Olha, em alguns casos, sim [acho que foi sorte]. Pegamos muito pesado na questão do abuso de drogas, mas isso faz mais de 20 anos. Naquela queda de palco eu quase morri. Quebrei meu crânio, fiquei um mês na UTI e dentro do hospital ainda peguei uma septicemia.”
Ateu, Dinho revelou como interpreta esses acontecimentos:
“Eu me lembro desses incidentes como momentos em que o destino foi generoso comigo. Sou ateu, não sou religioso e fui criado dessa maneira. Então não é algo que eu atribuo a uma intervenção divina.”
Por fim, o músico indicou que a falta de sorte com a saúde é uma herança de família deixada pelo pai. O diplomata Afonso Celso de Ouro Preto contraiu, segundo o filho, uma série de doenças pelo mundo ao exercer sua profissão
“Meu pai era assim, pegou tuberculose, tifo, escorbuto porque ele era diplomata e mandavam-no para lugares como a África. Ele pegou escorbuto durante a Guerra Civil de Angola. É algo que está na família, pegar essas doenças todas (risos).”
A queda de Dinho Ouro Preto
Os detalhes do acidente de 2009 foram abordados por Dinho Ouro Preto em seu canal no YouTube. A queda teria sido resultado de um erro de cálculo espacial por parte do músico.
“Eu não estava bêbado, não tinha tomado nada. Estava andando de costas no palco. Naquela noite, tinham colocado uma passarela no palco. Lembro que o Yves estava ali na passarela, aí andei até lá, passei por ele, me afastei andando de costas. A ideia era ficar ali olhando para ele, mas dei um passo a mais e caí para trás. Não lembro de nada.”
Dinho sofreu diversas fraturas e passou por meses de recuperação que exigiram sessões de fisioterapia.
“Quebrei vários ossos, crânio, quatro vértebras, duas costelas e alguma coisa na minha mão. Lembro que caí aos pés de um bombeiro, que estava como expectador. O relato que temos é dele. Ele me disse que parei de respirar, mas ele conseguiu me reavivar. Me colocaram em um avião e levaram para São Paulo. A recuperação foi difícil e lenta. As primeiras sessões de fisioterapia foi colocando um pé na frente do outro. Levei meses nessa reabilitação. Só consegui tocar em show novamente seis meses depois, com muita dor […]”
Quase milagrosamente, a única sequela do acidente foi a perda parcial do olfato.
“Preciso perguntar para um neurologista o motivo disso acontecer. Sinto cheiro de queimado quando não tem. Meu cérebro entende errado os diferentes cheiros. Ou deixa de perceber alguns.”
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