Em meio à “The Big Finish”, turnê de despedida do Mr. Big, o baterista Edu Cominato foi anunciado como substituto temporário de Nick D’Virgilio em algumas apresentações pela Europa e Reino Unido. No entanto, essa colaboração recente já era uma possibilidade há alguns anos, quando o brasileiro passou por um teste que quase lhe garantiu um posto efetivo.
Em entrevista ao canal do YouTube Ibagenscast (com transcrição do site IgorMiranda.com.br), Cominato relembrou seu histórico com o grupo formado por Eric Martin (voz), Paul Gilbert (guitarra) e Billy Sheehan (baixo). O músico revelou que Jeff Scott Soto, vocalista com o qual colabora há anos, foi o responsável por desenrolar sua chance com a banda.
Ele disse:
“Isso começou lá em 2018. Eu estava prestes a entrar no palco para tocar aqui em São Paulo num evento que eu estava fazendo. E aí eu recebi uma mensagem do Jeff. Ele falou: ‘Olha, acabei de te arrumar uma audição no Mr. Big’. Eu falei, caramba, como assim? Ele falou: ‘Eu ouvi o Billy [Sheehan] conversando com alguém aqui. Eu já entrei no meio e falei… olha, eu escutei, você já achou o seu batera, tá aqui. É o Edu’. A gente já conhecia o Billy. Ele falou assim: ‘Vocês já se conhecem?’. ‘Ah, lembro dele e tal’. ‘Ele é fãzaço da sua banda. Ele toca tudo, canta tudo, tá aqui. Você conversa com ele que tá tudo certo’.”
Sheehan, então, fez contato imediato com o brasileiro. Em seguida, solicitou alguns vídeos de teste que foram aprovados.
“Nisso deu dez minutos e eu recebi já um e-mail do Billy. ‘Jeff falou de você’. Ele pediu pra eu mandar umas coisas pra ele. Cheguei, dia seguinte, mandei alguns vídeos. Fui pro estúdio, gravei rapidinho umas coisas, uns vídeos. Mandei. [Ele disse:] ‘Legal gostei’ […] E aí, enfim, rolou isso. Trocamos alguns vídeos, mensagens. Todo mundo gostou. Mas a gente queria tocar juntos. ‘A gente queria fazer um som, a gente queria tocar com você’.”
Jam com Paul Gilbert
Na época, Paul Gilbert estava de passagem pelo Brasil e aproveitou a oportunidade para fazer uma jam session com Edu Cominato. A partir dali, levaria o veredito para os outros integrantes.
“E nessa calhou do Paul Gilbert, que tava indo pra São Paulo, fazer algumas clínicas de guitarra no Brasil. A última clínica dele era em São Paulo, acho que era num domingo. E na segunda-feira ele ia embora pra voltar pros Estados Unidos. Ele entrou em contato comigo e falou: ‘Olha, vamos nos juntar na segunda-feira. A gente faz uma jam e toca junto. E aí eu passo um relatório pro pessoal.’ A gente foi pra um estúdio aqui em São Paulo. Ficamos lá umas três, quatro horas tocando Mr. Big, Van Halen. Tocamos de tudo, The Roots, tudo. Fizemos um som, ficamos horas lá.”
Edu abordou a admiração pela banda que é sua principal referência e destacou a influência de Pat Torpey, baterista original do Mr. Big.
“E rolou, na minha opinião, ficou legal. Porque, cara, Mr. Big pra mim é a minha banda do coração. Pat Torpey pra mim é influência direta. Não é que eu escutei ele. Não, é influência direta minha, entendeu? Direta. Mr. Big pra mim é segunda pele, como a gente pode dizer. Tocar essas músicas, já toquei Mr. Big cover aqui em São Paulo, então, as músicas pra mim… Tá dentro de mim essa música, entendeu?”
Por que não rolou
O teste agradou, mas a decisão de não fazer uma nova turnê e os impactos da pandemia prejudicaram as chances de efetivação do brasileiro. Mais tarde, com o anúncio da excursão de despedida, Nick D’Virgilio conquistou o posto.
“Rolou legal. Fiz os backings, cantei o que tinha que cantar e rolou. No fim, eu achei que tinha rolado, pelo o que a gente tinha conversado. Mas depois eles entraram em um problema entre eles e decidiram não fazer turnê naquele momento. E ficou aquele gostinho, né? Poxa, quase podia ter rolado. Aí veio a pandemia, veio tudo, não sei o que e tal. E aí eles decidiram realmente fazer essa última turnê. Eu até conversei com o Eric, conversei com o Billy. Mas o Paul já tava alinhado com o Nick D’Virgilio, que é o cara que tá fazendo com eles agora.”
Segunda chance
Edu Cominato, então, explicou como surgiu o convite para se apresentar com o Mr. Big nas datas extras da “The Big Finish”.
“Enfim, aí eles voltaram, fizeram todos os shows, e, no finzinho do ano passado, eu recebi uma mensagem do Eric perguntando se eu tava disponível em julho e agosto desse ano. E eu falei que sim, estava. O que aconteceu é que a banda decidiu estender a turnê, porque eles iam parar agora. O último show deles era agora em maio, e eles iam parar a banda, que é a última turnê mesmo deles. Mas eles receberam bastante convite pra ir fazer os festivais na Europa e o Nick não tava disponível. Então a banda resolveu estender.”
Eric Martin levantou o nome de Edu, que topou participar de 16 shows.
“Aí o Eric falou, pô, vamos fazer com o Edu. Ele já fez a audição, já tava tudo certo, né? Vamos fazer com ele que vai dar super certo. E aí, rolou. A gente conversou, fechamos pra fazer esses shows agora no verão europeu. Eu não vou fazer todos, eu vou fazer… São 16 shows que eu vou fazer com eles.”
D’Virgilio assume o posto antes do encerramento da turnê que será acompanhada do lançamento de um novo álbum, “Ten”, em julho.
“E o Nick volta pra fazer os últimos shows, porque na verdade ele é o batera da banda. Ele é o oficial, ele que gravou o disco, que vai sair agora em julho, o disco, né? Então ele volta pra terminar, que são os últimos shows da banda mesmo. Então nada mais justo do que ele voltar e terminar, né? Ele que é o batera da banda.”
Edu Cominato
Baterista desde os 6 anos de idade, Edu começou a atuar profissionalmente aos 16 anos no Dimensão 5. Com uma ascensão promissora, fundou a Tempestt, que em 2002 foi convidada para ser banda de apoio de Jeff Scott Soto em sua primeira passagem pelo Brasil. Cominato e Soto colaboram desde então em outros projetos.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.
