Por que Gene Simmons achou que AC/DC era uma “banda gay” inicialmente

Nome escolhido pelos australianos era uma gíria com significado bem diferente nos Estados Unidos durante os anos 70

Um dos maiores orgulhos da carreira de Gene Simmons é o fato de ele ter sido um “descobridor” do AC/DC, por assim dizer.

O vocalista e baixista do Kiss ficou impressionado logo na primeira vez em que viu o grupo dos irmãos Young ao vivo e chegou a oferecer uma turnê para eles. Porém, inicialmente, o linguarudo achou que poderia se tratar de uma “banda gay”.

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Em entrevista para a Classic Rock (via Guitar.com), Simmons relembrou seu primeiro contato com os australianos, em um show em Los Angeles. A primeira coisa que chamou a atenção foi o nome do grupo, que nos Estados Unidos, tinha um significado diferente.

O músico do Kiss relembrou:

“Eu nunca tinha ouvido falar no AC/DC e pensei que deveria ser uma banda gay.”

A confusão aconteceu porque, em território norte-americano, AC/DC era uma gíria usada para designar pessoas bissexuais. O grupo é australiano e tirou seu nome de uma placa presente na máquina de costura de Margaret Young, irmã dos guitarristas Angus e Malcolm.

Trata-se de uma sigla em inglês para “corrente alternada/corrente contínua”, indicando que o equipamento poderia ser ligado em diferentes tipos de redes elétricas.

O “morador de rua maluco” e o guitarrista sem dentes

Passada a impressão inicial, o que realmente impressionou Gene Simmons foi a performance da banda. O show presenciado pelo vocalista e baixista aconteceu no lendário Whisky a Go Go, em Los Angeles, no ano de 1977. Nessa época, os australianos ainda contavam com o saudoso Bon Scott nos vocais, a quem o artista do Kiss relembrou da seguinte forma:

“Bon Scott era uma força da natureza sem camisa, bebendo. Era como um morador de rua louco que subiu no palco. Ele nunca teve aquele tipo de brilho de rockstar, ou nenhum tipo de espetáculo. Apenas parecia um expulsão de fluxo de consciência de seus demônios interiores no palco.”

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Já Angus Young chamou a atenção do linguarudo em dois momentos distintos. O primeiro foi no palco, mesmo com as luzes apagadas entre uma música e outra:

“Quando as luzes se apagavam no fim de cada música, Angus ainda estava maluco, fazendo aquela coisa do Chuck Berry durante os blackouts, sem ninguém vendo. E eu disse para mim mesmo: ‘Isso é real. Este é um cara que faz isso porque ele sente isso dentro dele’.”

Depois do show, Simmons, ainda impressionado, convidou a todos para um lanche e notou algo sobre o guitarrista. Ele contou a história em 2021, ao Triple M:

“Fomos a um lugar chamado Mel’s Diner, que é famoso em algumas partes do mundo. Nunca vou esquecer, Angus pediu um ‘frankfurter’, em vez de dizer cachorro-quente, com beterrabas. E nunca vou esquecer, Angus pegou a salsicha do cachorro-quente sem o pão e começou a morder de lado, porque os dentes da frente estavam faltando. Eu disse a ele: ‘Vocês são ótimos! Vou fazer algumas ligações, e vocês vão sair em turnê conosco’.”

A promessa foi cumprida e o AC/DC abriu a maior parte da turnê do Kiss, que divulgava “Alive II” (1977), seu segundo álbum ao vivo. Dois anos depois, o grupo dos irmãos Young finalmente chegaria ao sucesso definitivo, ao mesmo tempo em que passava por seu maior trauma: por mais que “Highway to Hell” tenha colocado os australianos no topo, a perda de Bon Scott os obrigou a se reinventar, o que conseguiram fazer com méritos com “Back in Black”, no ano seguinte, já com Brian Johnson nos vocais.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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