Paul Stanley e Gene Simmons têm uma relação duradoura. Antes mesmo da formação do Kiss em 1973, os músicos já eram amigos.
No início da década de 70, foram apresentados pelo guitarrista Steve Coronel, com quem tocariam no Wicked Lester – banda anterior ao quarteto mascarado. Desde então, entre altos e baixos, tornaram-se inseparáveis.
Claro que, ao longo das últimas cinco décadas, vivenciaram certos atritos e distanciamentos. Ainda assim, a amizade e a parceria profissional permaneceram.
Conversando com a jornalista Allison Hagendorf, em sua primeira entrevista desde o fim do Kiss, o vocalista e guitarrista mencionou a dinâmica bem-sucedida entre ele e o Demon. Segundo o próprio, a maneira como os dois colocaram a banda em primeiro lugar ajudou para que mantivessem as coisas nos trilhos por tanto tempo.
Ele declarou, conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br:
“A banda sempre foi, com certeza, a coisa mais importante para mim. Eu nem sempre sou uma pessoa fácil de se estar por perto e ele precisou me aturar às vezes. Mas a questão é que o Kiss sempre foi nossa prioridade. Sinto que, ao longo dos anos, independente dos problemas que tivemos um com o outro, nunca comprometemos a banda. E membros de uma família brigam, mas continuam uma família. Gene e eu nunca estivemos tão próximos como agora. Eu já disse isso antes, é como se não tivéssemos nada para brigar, nós vencemos.”
Quando perguntado a respeito da característica que mais admira no baixista, o Starchild destacou a humildade do amigo em assumir os próprios erros. Os dois criaram uma amizade genuína ao ponto de serem extremamente sinceros um com o outro, independente da situação:
“Gene sempre vai admitir quando está errado e isso torna uma pessoa grandiosa. Não sei se ele é assim com todo mundo, mas temos uma relação tão próxima que acho que nós dois diremos quando fizermos algo ruim. Certamente eu já disse para ele alguma coisa que ia contra o que ele acreditava e mesmo assim ele disse que eu estava certo.”
Resistindo ao teste do tempo
Na opinião de Paul, uma relação apenas é verdadeira quando resiste ao tempo e às diferentes circunstâncias, sobretudo as ruins. A maneira com que Gene esteve ao seu lado em todas as fases deu essa certeza, como pontuou:
“Eu acho que não há substituto para o tempo. Eu estava dizendo a um dos meus filhos que você pode ter um melhor amigo que conheceu há um mês, mas para descobrir se essa pessoa é realmente seu melhor amigo, vai demorar meses, anos. Precisarão passar por tempos difíceis, momentos bons e ruins. A maneira como essa pessoa lida com todos esses tipos de crises determina se quer realmente permanecer na sua vida ou não. E Gene sempre esteve lá comigo. Da mesma forma, não consigo pensar em nada que eu não faria por ele e posso confiar que ele fará o mesmo.”
A amizade de Paul Stanley e Gene Simmons
Em 2022, durante sessão de perguntas e respostas no Kiss Kruise, Paul Stanley foi convidado a refletir sobre o relacionamento com o colega e amigo. À época, ele declarou, de acordo com transcrição do Blabbermouth:
“Sim, somos muito diferentes, mas certamente compartilhamos um orgulho no que fazemos, uma ética de trabalho. Talvez porque nossos pais vieram da Europa, onde acho que isso é importante, é esse orgulho do trabalho duro que você faz pelo seu dinheiro. Fora isso, acho que uma das coisas que levei muito tempo para aprender – e acho que Gene também, a propósito… é que somos uma família. Ele é um irmão para mim.”
Como é tradicional entre irmãos, nem sempre há harmonia. Paul admite, mas conta como fez para contornar a situação.
“Lembro que havia coisas sobre ele que costumavam me deixar louco. Então percebi que isso não é problema dele, é problema meu. Quando as pessoas fazem algo e isso te incomoda, você precisa descobrir por que isso te incomoda, não esperar que eles mudem. Não é sobre eles. E as coisas que costumavam me incomodar sobre Gene, eu só tive que descobrir, ‘Espere um minuto. Esse é o meu problema que me incomoda. E por que isso me incomoda?’ Porque ele só pode ser o melhor que ele pode ser. Ele nunca vai ser eu, e eu nunca vou ser ele. Então é apenas uma questão de colocar um monte de coisas de lado. Não vamos mudar ninguém, então precisamos descobrir por que isso nos incomoda.”
Kiss e avatares
No dia 2 de dezembro, em seu último show, o Kiss anunciou que a história da marca será prosseguida através de avatares. As representações virtuais de Paul Stanley (voz e guitarra), Gene Simmons (voz e baixo), Tommy Thayer (guitarra) e Eric Singer (bateria) assumirão a linha de frente em espetáculos que ainda serão devidamente explicados.
Os avatares do Kiss foram criados pela Industrial Light & Magic (ILM), financiados e produzidos pela Pophouse Entertainment. Para a criação de suas versões digitais, os músicos ensaiaram com trajes de captura de movimento. A proposta é retratá-los como super-heróis, mas registrando seus trejeitos ao máximo.
O primeiro show da versão avatar deve demorar um pouco para rolar. De acordo com um vídeo publicado pela banda nas redes sociais, a apresentação inaugural acontecerá em 2027.
Outros projetos
A “New Era” do Kiss contempla outras iniciativas um pouco mais convencionais — e, em maioria, já conhecidas do público. A banda dará sequência a seu museu em Las Vegas, inaugurado em 2022, bem como ao cruzeiro Kiss Kruise.
A cinebiografia “Shout it Out Loud” segue em produção e a ideia é lançá-la em 2024. A história do grupo será contada em seus primeiros anos, até o estouro com o álbum “Alive!”, em 1975.
A obra é uma parceria com a Netflix, que se encarregará da promoção e distribuição. O norueguês Joachim Rønning (“Malévola: Dona do Mal”, “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, “A Aventura de Kon-Tiki”) é o diretor. O roteiro é assinado por Ole Sanders.
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