Uma das principais críticas feitas pelos instrumentistas do The Doors em relação ao filme dirigido por Oliver Stone e lançado em 1991 tinha a ver com a personalidade de Jim Morrison. Embora reconhecessem que Val Kilmer teve uma boa atuação, os músicos entendiam que a abordagem omitiu parte da personalidade do cantor, focando em uma figura excessivamente obscura e dramática.
O baterista John Densmore voltou a evocar lembranças do tipo em 2021, quando concedeu entrevista ao podcast Appetite for Distortion. Na ocasião, ele foi questionado sobre como se sentia em ver a figura do colega ainda relevante após tantos anos, quase como se uma entidade ainda presente do ponto de vista concreto.
O artista respondeu, conforme transcrição do Ultimate Guitar:
“Eu ocasionalmente ainda sonho com ele. Tive um sonho não muito tempo atrás em que ele estava de volta, vestindo um terno Armani e queria fazer música mais uma vez. E isso foi muito bom.”
A seguir, John tratou de colocar uma luz sobre o Morrison que o público não chegou a conhecer antes da mitificação.
“Além de um homem selvagem incrível, o Rei Lagarto, Jim tinha um lado realmente vulnerável. Havia uma doçura ali que a maioria das pessoas desconhece. Nos ensaios, enquanto interagíamos, ele era muito aberto a falar sobre qualquer coisa.”
Jim Morrison vitimado pelo alcoolismo
Sendo assim, o que teria feito com que a autodestruição o consumisse ao final? Densmore tem a resposta.
“Ele foi pego pelo alcoolismo. À época, não tínhamos clínicas que tratavam abuso de substâncias, nem sabíamos que se tratava de uma doença, então não sabíamos o que fazer. Foi uma tortura. Eu sabia que havia um elefante na sala, mas não conseguia definir o que era.”
Ao menos o que restou conforta a alma de John.
“Temos a música de Jim, que é uma grande dádiva. Ela me alimenta com energia o tempo todo.”
A morte da voz do The Doors
James Douglas Morrison faleceu em 3 de julho de 1971, na banheira de seu apartamento em Paris, França. A causa oficial foi determinada como problemas cardíacos, embora uma autópsia não tenha sido realizada. John Densmore foi o último membro do The Doors a conversar com o cantor, um dia antes via telefone.
Desde então, várias teorias sobre o que o levou deste mundo se espalharam. Há até quem acredite em uma teoria conspiratória de que ele teria forjado a própria morte e passado a viver uma vida anônima, com aparições esporádicas para alimentar os rumores.
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