Afinal de contas, como Michael Jackson ficou branco? O rei do pop é de origem afroamericana, mas aos poucos, sua pele foi clareando, em um processo que ocorreu justamente durante o ápice de sua carreira.
Por conta de sua fama mundial, logo começaram a circular diversos boatos sobre como Michael Jackson ficou branco. No entanto, é importante lembrar que ele teve de enfrentar esse processo graças a uma doença autoimune, além de já ter admitido toda sua chateação com os rumores divulgados na imprensa e por parte do público.
Como Michael Jackson ficou branco
Foi a partir dos anos 1980, justamente na época em que consolidou sua carreira solo fora do Jackson 5, que a pele de Michael Jackson passou a ficar mais clara. Os rumores iniciais davam conta de que o artista estava passando por procedimentos com tal intenção por supostamente não gostar mais de ser negro, o que também justificaria algumas cirurgias plásticas.
Obviamente, não é verdade. Em 1983, com a ajuda do dermatologista Arnold Klein, Jackson descobriu ser portador de vitiligo. A doença autoimune faz com que partes da pele percam pigmento.
Três anos mais tarde, Michael Jackson também foi diagnosticado com a chamada lúpus eritematosa discoide. Também autoimune, o problema de saúde resulta em manchas vermelhas e grossas na pele – especialmente no escalpo, bochechas e orelhas.
Como consequência das duas condições, o cantor optou por usar maquiagens que clareassem sua pele e cremes clareadores para cobrir qualquer tipo de mancha.
Randy Taraborrelli, o biógrafo do cantor, relatou que Jackson também fez uso da chamada hidroquinona, um dos tratamentos existentes para vitiligo (via Super Interessante). O procedimento destrói de vez a capacidade da pele em produzir melanina, resultando em um clareamento irreversível.
Como consequência, ainda no final dos anos 1980, Michael já estava com a pele completamente branca. Se não bastasse toda a atenção voltada para a mudança e os questionamentos da mídia e do público, o rei do pop ainda teve de enfrentar críticas dos negros, que passaram a acusá-lo de ser um péssimo modelo para os jovens da comunidade.
A autópsia no corpo do cantor confirmou que ele era mesmo portador de vitiligo e que sua pele apresentava manchas brancas em diversos lugares. Além disso, após sua morte, ocorrida em 2009, foram encontrados em sua casa tubos da própria hidroquinona e monobenzona, outra substância igualmente utilizada para tratar a condição. Eram provas de que a doença continuou sendo um empecilho em sua vida.
Revelação da condição e chateação com os boatos
Michael Jackson passou anos escondendo sua condição médica da mídia e do público. Mas em 1993, tomou a decisão de revelar a verdade para colocar um fim aos diversos boatos sobre o clareamento de sua pele.
Michael Jackson abriu o jogo em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, transcrita pela Unilad. Primeiro, mencionou ser portador de vitiligo – sem mencioná-la pelo nome – e que não poderia evitá-la.
“Eu tenho uma desordem que destrói a pigmentação da pele. É algo que não posso evitar.”
Em seguida, Oprah perguntou ao cantor se ele não gostava de ser negro. Na resposta, Jackson disse ter orgulho de suas origens e revelou toda sua chateação e incômodo com os boatos que circularam durante anos.
“Sou um negro americano. Sou orgulhoso de ser um negro americano. Sou orgulhoso de minha raça. Sou orgulhoso de ser quem sou. Tenho muito orgulho e dignidade. Quando as pessoas contam histórias de que não quero ser quem eu sou, me machuca, e o uso de maquiagem uniformiza isso por criar manchas na pele – eu preciso padronizar minha pele.”
Em seguida, o cantor ainda acusou muitas pessoas de hipocrisia por fazerem o processo oposto.
“É um problema para mim, ok, eu não o posso evitar. Mas e sobre as milhões de pessoas que se sentam debaixo do sol para ficarem mais escuras e se tornarem o que não são? Ninguém fala nada sobre isso.”
Com tudo devidamente explicado, Winfrey, que é negra, assumiu que também não compreendia essa mudança no cantor e como o assunto era delicado para ele.
“Ele ficava cada vez mais branco, branco e branco e ninguém entendia o motivo. Acho que em 1993, ninguém entendia o que era. Ninguém sabia nada sobre vitiligo. Pude ver que era foi uma das áreas mais sensíveis para ele, obviamente.”
Outras consequências para Michael Jackson
O tratamento contra a doença autoimune também trouxe outras consequências para a vida de Michael Jackson. Após clarear a pele, o artista começou a andar debaixo de um guarda-chuva durante o dia, o que ficou evidente em diversas ocasiões.
O motivo é que o tratamento contra a vitiligo causa, como efeito colateral, uma sensibilidade ainda maior na pele em relação aos raios ultravioleta do sol. Desta forma, portadores da enfermidade também estão sujeitos a desenvolver melanoma, uma das formas mais comuns de câncer de pele.
Isso também explica por que o rei do pop gostava de utilizar suas famosas luvas durante suas apresentações e dava preferência por usar calças e roupas com mangas longas. Além disso, aplicava muita maquiagem para amenizar o problema das manchas em sua pele.
A condição também afetou a saúde mental de Michael Jackson. Quem confirmou isso foi Prince, filho mais velho do cantor, no podcast “Hot Boxin” (via Metro), que tem o ex-boxeador Mike Tyson como um dos apresentadores.
Prince revelou que o pai vivia inseguro por conta da vitiligo e que optou por clarear a pele como forma de também resolver essa questão. Ele afirmou o seguinte:
“Ele tinha muita insegurança ao olhar para as manchas e sua aparência. Então, ele queria deixá-la mais suavizada para ajudar na segurança de sua aparência física.”
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