O System of a Down trabalhou com o produtor Rick Rubin em toda a sua discografia. A parceria esteve presente desde o álbum de estreia homônimo, lançado em 1998, ao quinto e mais recente disco “Hypnotize” (2005).
Rubin também colaborou com outros grandes nomes como Red Hot Chili Peppers, Metallica, Aerosmith, Beastie Boys, Johnny Cash e Linkin Park. Apesar do currículo bem-sucedido, ele já gerou controvérsias no meio artístico.
O baixista Geezer Butler, por exemplo, acredita que suas contribuições não foram das melhores no álbum final do Black Sabbath, “13” (2013). Ao mesmo tempo, o vocalista Corey Taylor também deixou claro seu descontentamento com o profissional no terceiro disco do Slipknot, “Vol. 3: (The Subliminal Verses)” (2004).
Não é o caso de Shavo Odadjian. Durante participação no podcast de Nik Nocturnal, o baixista do SOAD afirmou que aprendeu muito sobre composições e arranjos com Rick e que, até hoje, leva consigo os ensinamentos.
Segundo o próprio, a maior lição está relacionada à estrutura de uma faixa. Conforme transcrição da Ultimate Guitar, o músico explicou:
“Quando se trata de arranjos e músicas, aprendi isso vendo o Rick trabalhar com o System e pela maneira com que todos trabalharam com Rick nos primeiros discos. Eu vi tudo aquilo. Eu estava lá. Estive muito presente em todo processo. Então, a mentalidade de Rick ao compor meio que permanece comigo. E até hoje, componho pensando em como Rick faria os arranjos – não exatamente como Rick faria, mas o jeito como fui ensinado. Meio que virou parte do meu DNA. Basicamente, [sigo] o estilo inicial dos Beatles, onde você tem o refrão, o verso e depois o refrão, e depois o breakdown, o refrão, e acabou.”
Nas palavras do integrante, é preciso pensar de maneira inteligente nos arranjos de uma canção. Só assim o resultado final cativará o público, como opinou:
“Você não pode simplesmente arranjar a música de qualquer jeito. Precisa funcionar […]. Já ouvi músicas que têm riffs legais, mas a banda os colocam um seguido do outro e você simplesmente não consegue acompanhar ou lembrá-los. Depois de ouvir a música, há uns 10 riffs e nenhum é memorável. Se você arranjar uns três ou quatro riffs de uma boa maneira, em que se complementem, então é possível que, quando a música acabe, o ouvinte queira escutar novamente ou já esteja cantarolando [a faixa].”
Rick Rubin e os Beatles
Não é à toa que Shavo Odadjian relacionou Rick Rubin aos Beatles. Para o produtor, a existência do Fab Four simplesmente é a prova de que Deus existe.
Conversando com a revista Newsweek, o profissional revelou que ouviu o quarteto pela primeira vez aos 4 anos de idade, por meio do cover “Rock and Roll Music”, originalmente de Chuck Berry. Logo, ficou completamente impressionado:
“Lembro de me sentir eletrificado. Esse foi o primeiro verdadeiro rock ‘n’ roll que eu ouvi na minha vida […]. Eles transcenderam tudo. É algo muito maior do que quatro garotos de Liverpool. Para mim, os Beatles são a prova da existência de Deus. É tão bom e tão superior a todos os outros.”
Aliás, Rick participou da minissérie documental “McCartney 3,2,1” (2021) ao lado de Paul McCartney, na qual ambos conversam sobre seus feitos na música. Ao passar esse tempo com o artista, o produtor ficou maravilhado com o jeito simples de Macca compor. À revista Mojo, declarou:
“O que me impressionou foi quando ele se sentou ao piano e começou a me mostrar como compor uma música. Ele dizia: ‘veja, você pode fazer assim’. O que ele estava me mostrando era uma coisa muito simples, mas então ele começou a mover um pouco os dedos e isso de repente evoluiu para ‘Hey Jude’ ou ‘Let it Be’. Ele usa essa técnica que qualquer criança poderia executar, porém ela se transforma em uma das maiores músicas de todos os tempos.”
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