Como surgem as máscaras novas do Slipknot a cada álbum

Acessórios essenciais para identidade da banda são idealizados pelos integrantes, que contam com auxílio de artistas e softwares

Para além da mística envolvida, as máscaras tornaram-se essenciais para reforçar a identidade do Slipknot através de suas diferentes eras. Cada ciclo de divulgação de álbum conta com uma imagem propriamente construída, refletindo a personalidade dos integrantes e atiçando a curiosidade dos fãs. 

Em entrevista de 2021 ao podcast Steve-O’s Wild Ride (via Ultimate Guitar), o vocalista Corey Taylor compartilhou detalhes por trás da criação das máscaras. O percussionista M. Shawn “Clown” Crahan foi creditado como o grande líder nesse sentido.

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Ele disse:

“Às vezes temos uma visão em nossa cabeça, e o Clown é muito bom nisso porque ele é um artista. Ele meio que leva para algum lugar sinistro. E pessoas de fora também nos ajudam a criar. Mas há momentos em que você não tem uma visão real, só uma ideia.”

Após a etapa de idealização, o processo tem sequência com o auxílio de softwares e artistas que realizam pequenas alterações de acordo com o feedback dos músicos. Taylor complementa:

“Desenvolvemos isso com um aplicativo visual, um cara das artes visuais ou um especialista em efeitos visuais, aí eles criam para você. E então você olha e diz: ‘eu gosto disso, mude isso…’ Você ajusta até chegar a algo realmente incrível.”

Com a parte visual pronta, os integrantes precisam passar pela etapa da moldagem da máscara. Consiste, basicamente, em cobrir o rosto com uma grossa camada de silicone. A experiência pode ser claustrofóbica para a maioria, mas é definida como “relaxante” por Corey. 

“Ah, eu até durmo! Há algo de errado comigo. Eu já adormeci de verdade fazendo isso. Eles têm que me dar um empurrãozinho porque se eu abaixar a cabeça, estrago tudo.”

Resistência a mudanças no Slipknot

Corey Taylor também abordou as semelhanças entre as máscaras que usou no início da carreira do Slipknot. Segundo ele, havia certa resistência inicial a mudanças.

“Bem, minhas máscaras para os dois primeiros álbuns eram muito parecidas. A máscara de ‘Iowa’ [2001] tinha essencialmente a mesma vibe, mas eu havia mudado um pouco a estética. Ainda tinha os dreads, eram os dread originais, eu os mantive. Mas quando chegamos a ‘Vol. 3’, eu simplesmente pensei: ‘Quer saber? Eu quero mudar isso’.”

Leia também:  O diferencial de Eloy para outros bateras cotados pelo Slipknot, segundo Corey Taylor

Com o início da era Vol. 3 (2004) e com os colegas de banda mudando de máscara, Taylor se viu pronto para inovar no design e encarar qualquer desafio criado pelo uso do acessório. Ele relembra:

“Alguns dos caras da banda tinham mudado completamente as deles em ‘Iowa’ (2001), e eu pensei: ‘Bem, se eles podem fazer isso, vou tentar algo diferente’. Eu fiz o que chamamos de ‘máscara de futebol americano’. E uma vez que isso funcionou, vi que poderia fazer o que quisesse. Uma vez superado esse primeiro risco inicial, eu sabia no meu coração que precisava disso. Depois de passar por isso, o céu é o limite. Você simplesmente segue em frente.”

A criação da máscara de Eloy Casagrande

Quando a entrada de Eloy Casagrande para o Slipknot ainda era apenas uma especulação, os fãs brasileiros já criavam várias teorias sobre a aparência da máscara do baterista. O personagem Fofão estava entre as inspirações favoritas.

Curiosamente, a revelação da máscara oficial surpreendeu pela simplicidade. Ainda assim, carrega um significado elaborado.

Em entrevista ao UOL, Eloy revelou que Shawn Crahan o ajudou na criação da máscara, que conta com elementos dos povos nativos brasileiros. 

“Ele queria que fosse branca, para eu não ficar escondido no fundo do palco numa máscara escura para homenagear o Joey Jordison [ex-baterista]. Eu pensei em listras inspiradas em pinturas indígenas brasileiras. A parte de cima ficou vazia. Depois de várias ideias, pensei no buraco de tiro. É minimalista e violento.”

O tiro na testa, elemento principal da máscara, se relaciona aos conceitos apresentados pelo filósofo franco-argelino Albert Camus. Casagrande explica:

“Um filósofo que li bastante foi o Albert Camus, que traz questões do absurdo, do niilismo, da negação. Estou com um tiro na testa, estou morto, nada me afeta. Nada faz tanto sentido e você pode falar o que quiser de mim. Esse é o conceito.”

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Tairine Martins
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Tairine Martins é estudante de jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Administra o canal do YouTube Rock N' Roll TV desde abril de 2021. Instagram: @tairine.m

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