Na última segunda-feira (24), o jornalista Julian Assange deixou a prisão em Londres, Inglaterra, onde passou os últimos anos. O fundador do WikiLeaks fez um acordo com a justiça e o governo dos Estados Unidos, visando assumir a culpa por conspiração e vazamento de documentos secretos. Em troca, receberá uma pena de 62 meses, tempo já cumprido, ficando em liberdade.
Dois de seus principais apoiadores e defensores no mundo do rock se manifestaram nos dias seguintes. Durante entrevista à revista Spin, o guitarrista Tom Morello (Rage Against the Machine, Audioslave) comemorou. Porém, também revelou considerar desconfortável que assuntos de interesse público sejam julgados de forma punitiva quando revelados.
Ele disse:
“Que grande vitória. Uma confissão de culpa – sim, ele era culpado de expor crimes de guerra. Desculpe, não se desculpe. Estou tão feliz que ele esteja livre. O ponto assustador foi que se você denunciar crimes de guerra no mais alto nível, eles virão atrás de você. O fato de ele estar livre é fantástico. Mas acho que eles deixaram claro – entre ele e [Edward] Snowden, faremos tudo o que pudermos para arruinar sua vida e dar o exemplo.”
A celebração (e um pedido) de Roger Waters
Roger Waters, que chegou a participar de uma série de manifestações pró-Assange, comentou a notícia ao Double Down News. Disse o cofundador do Pink Floyd, conforme transcrição deste site:
“Notícias incríveis! Comecei a receber textos diferentes de ativistas nos Estados Unidos. No começo não acreditei e deixei passar. Mas depois resolvi recuperar e dar uma olhada. De repente, lá estava ele subindo em um avião rumo a alguma ilha americana para assinar um documento de apelação. Depois, irá para a Austrália com Stella e as crianças. É emocionante.”
O britânico relembrou sua parte no movimento que defendia a liberdade do ativista.
“Fui vê-lo na prisão em setembro, onde encontrei a esposa e os filhos. Mantivemos contato. Sua equipe trabalhou muito por ele durante todos esses anos em que ficou injustamente preso. Julian não cometeu qualquer crime, exceto por uma violação de fiança, que não significa nada nesse caso. Esse negócio de espionagem é uma tremenda besteira. Mas o fato de ele ter saído, poder ver o sol, os pássaros e ser cuidado – pois não está muito bem de saúde – é muito emocionante.”
A guerra acabou? Não para Roger, que deixou uma expectativa em mensagem direta a Julian.
“Gostaria que ele voltasse a trabalhar com o WikiLeaks. O incrível trabalho feito precisa ser prosseguido. A retribuição por ter mostrado a verdade a nós, pobres pecadores, é imensurável. As manobras políticas reveladas foram nojentas, desprezíveis. Não podemos permitir o silenciamento. Fica a mensagem para os futuros jornalistas, se recusem a ficar de boca fechada.”
Juian Assange e WikiLeaks
Atualmente com 50 anos, Assange chegou a responder a 18 processos. Ele passou 7 anos na embaixada do Equador em Londres até ser preso e ficar por mais outros 3 com a liberdade tolida.
Suas investigações e posteriores vazamentos expuseram uma série de abusos de autoridade cometidas pelo governo dos Estados Unidos, tanto no próprio território quanto para com outras nações.
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