Desde a sua formação em 1991, o Angra já tinha um caminho na música definido. Mesmo no início de carreira, a banda não queria ficar restrita somente ao circuito de bares de São Paulo. Segundo Kiko Loureiro, o pensamento de “sonhar mais alto” e tocar fora do país surgiu com uma importante referência: o Sepultura.
O assunto foi abordado durante entrevista ao canal de Gastão Moreira. O ex-guitarrista do grupo brasileiro e do Megadeth destacou que ele e seus parceiros já tinham experiência, então, havia a ideia de dar vida a um projeto “mais profissional”.
Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, ele relembrou:
“A gente tinha essas conversas: ‘não vamos tocar no barzinho de novo’. A gente queria fazer uma banda. Mas não queríamos fazer uma banda para tocar cover em barzinho e ver se o cara do bar chama a gente de novo. O Andre [Matos, vocalista] vinha do Viper, eu já tinha tocado com o Rafa [Bittencourt] no Kentucky e eu já tinha tocado no Legalize. Então pensamos ‘vamos fazer uma banda que a gente vai conseguir…’”
A maior inspiração para esse ideal era o Sepultura. Com músicas autorais, o grupo formado pelos irmãos Max e Iggor Cavalera já havia conseguido prestígio no início dos anos 1990 e vinha tocando fora do país. Em 1989, por exemplo, realizaram sua primeira turnê internacional, abrindo para o grupo alemão Sodom. Tudo isso mostrou para o Angra que era possível, como explicou Kiko:
“Tinha uma referência do Sepultura, como uma banda maior que estava acontecendo, com som próprio, tocando lá fora, já em 1991, 1992. [Pensamos] ‘Dá para fazer isso. Apesar do som ser completamente diferente, tem um caminho aí, por que não acreditar nisso?’.”
Angra e o foco no exterior
Especialmente devido ao passado do saudoso Andre Matos, o Angra resolveu focar no mercado asiático. Como aponta o site oficial do guitarrista Rafael Bittencourt, a primeira demo-tape “Reaching Horizons” (1992) garantiu ao Angra um contrato com a gravadora japonesa JVC.
A respeito, Kiko declarou:
“Como o Andre já tinha lançado um álbum com o Viper no Japão e já tinha tido um certo sucesso ali, então pensamos: ‘tem um caminho que é melhor a gente direcionar todas as nossas forças’, que, no caso, era o contato com o Japão. Pensamos: ‘vamos fazer uma demo fantástica’, para mandar para o cara do Japão, porque se o cara topar, ele vai investir num álbum e a gente vai conseguir gravar fora.”
Kiko Loureiro e Sepultura
Anteriormente, Kiko Loureiro destacou o Sepultura como uma de suas primeiras referências, sobretudo como uma banda que ocupava grandes espaços. Em entrevista ao quadro Na Plateia em 2018, afirmou:
“Um [show] que eu tenho comentado bastante ultimamente, foi o Rock in Rio de 1991, que eu estava lá na plateia e eu assisti ao Megadeth […]. Cada vez mais eu lembro desse momento, do Kiko ali com, sei lá, 19 anos. 18, 19 anos. Porque eu estava ali querendo estar lá. O Angra, nem sei se o Angra ainda estava na demo. Eu queria estar lá. Tinha já o Sepultura como uma referência de estar lá no palco, então eu já tinha essa vontade de estar em um palco grande, no Rock in Rio, em algum show assim.”
Sobre o guitarrista
Nascido no Rio de Janeiro, Pedro Henrique Loureiro começou a carreira profissional tocando na banda de apoio do grupo Dominó. Também passou por A Chave, Blesqui Zátsaz e Supla.
A notoriedade veio quando se juntou ao Angra. Permaneceu como membro de palco até 2015, embora ainda seja atuante da parte de negócios – além de realizar participações especiais nos discos.
Integrou o Megadeth até o ano passado, tendo registrado os álbuns “Dystopia” (2016), e “The Sick, the Dying… and the Dead!” (2022). Também gravou com nomes como Tarja Turunen, Derek Sherinian e Soulspell, entre vários outros.
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E esse baterista ai? Acho que 99% dos fãs não conhecem esta foto. Muito bom!!!
É o Marco Antunes! De fato, imagem rara.