Em uma banda, é normal que surjam diferenças criativas e pessoais e até mesmo conflitos ou períodos difíceis. Diante desse cenário comum, os integrantes do Bon Jovi decidiram fazer sessões de terapia em grupo no início dos anos 90 para melhorar a convivência.
Segundo Jon Bon Jovi, tudo começou por volta de 1991, após um hiato onde seus integrantes se dedicaram a projetos solo. À época, o vocalista queria que a própria banda assumisse sua gestão.
Apesar da ideia ser considerada “maluca”, o cantor tinha certeza de que daria certo. Isso ocasionou a demissão dos profissionais envolvidos na administração dos músicos e a fundação da Bon Jovi Management.
Conversando com o radialista Zane Lowe, conforme transcrição de IgorMiranda.com.br, ele explicou:
“Naquela época, tínhamos ajuda terapêutica. Começar a gestão do Bon Jovi foi uma loucura. E eu disse: ‘pessoal, escutem, pensem bem nisso, pensem na banda como uma família, é uma coisa boa’ […]. A questão é que eu tomei uma direção, os caras seguiram e funcionou. E esse é o tipo de coisas que fizemos que foram únicas.”
Em relação à terapia, o artista deu mais detalhes em recente entrevista ao autor Lewis Howes. De acordo com o líder do Bon Jovi, a maior motivação para as sessões em grupo veio do sucesso enfrentado pelos membros. Na casa dos 20 anos de idade, todos ainda eram imaturos e não sabiam necessariamente lidar com a fama. Assim, a presença do teraputa Lou Cox melhorou a dinâmica interna.
Também conforme transcrição de IgorMiranda.com.br, o cantor revelou:
“Eu tinha ouvido sobre essas terapias, especialmente com alcoolismo e doenças mentais. Não tínhamos esses problemas, mas éramos jovens, ingênuos e lidávamos com a chegada do sucesso, o que era confuso. Deixamos de ser as crianças dos nossos pais e viramos os pais dos nossos pais. Éramos nós quem decidíamos as coisas, quem trazia o dinheiro […]. O terapeuta Lou Cox chegou e ele não tinha nada a perder ou a ganhar. Ele não estava na folha de pagamento da banda, nem na indústria da música […]. Ele nos ensinou sobre ouvir para aprender, dar a palavra para outro integrante quando necessário, dar apoio quando alguém precisar. Era muito voltado para a verdade, sobre ser realmente sincero. […]. Eu estava disposto a fazer isso, os caras lutaram contra, mas depois de algumas sessões, eles tiveram um tempo sozinhos com Lou e então voltávamos para as sessões em grupo e nos comprometemos com isso.”
Por fim, como aponta matéria do jornal britânico Express, o vocalista havia mencionado as sessões de terapia no documentário “Bon Jovi: When We Were Beautiful” (2009). Durante a produção, comentou de outras bandas que adotaram o método, como o Metallica, e elogiou a conduta do profissional:
“O empresário do Aerosmith nos avisou sobre esse cara chamado Lou Cox. Ele não tinha segundas intenções, nenhuma comissão estava envolvida. Ele veio e fez com que nos comunicássemos melhor de um jeito que ninguém poderia ter feito. Ele foi o nosso salvador e esse foi o nosso grande segredo por anos e anos. Agora o Metallica já fez um filme com um terapeuta [‘Some Kind Of Monster’] e o Goo Goo Dolls também falou com o cara que sugerimos.”
Bon Jovi atualmente
Recentemente saiu uma série contando a história do Bon Jovi. Intitulada “Thank You, Goodnight: The Bon Jovi Story”, a produção é dividida em 4 episódios, todos disponíveis no serviço de streaming Star+. O ex-integrante Richie Sambora concedeu depoimentos ao registro separado do grupo.
Como mencionado, “Forever”, novo álbum de estúdio, foi lançado no dia 7 de junho, via Island / Universal. O trabalho conta com 12 faixas inéditas e celebra 40 anos de fundação da banda.
Além de Jon, a formação atual conta com Phil X (guitarra), David Bryan (teclados), Tico Torres (bateria) e Hugh McDonald (baixo), além dos músicos de turnê Everett Bradley (percussão) e John Shanks (guitarra). O último citado foi coprodutor de todos os discos desde “Have a Nice Day” (2005).
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