Não dá para dizer que Butch Vig não reconhece o cheiro de drama de longe quando o assunto é produzir bandas. Do icônico “Nevermind” (1991), do Nirvana, passando por Smashing Pumpkins, L7, Foo Fighters, Sonic Youth, Green Day e até a sua banda Garbage, o músico já encarou todo tipo de crise em estúdio.
Porém, houve uma banda que se mostrou um problema grande demais para encarar até mesmo dentro de seus padrões. O disco era “A Different Kind of Truth”, o retorno do Van Halen com seu vocalista original, David Lee Roth, além de Wolfgang Van Halen, filho do guitarrista Eddie Van Halen, assumindo o baixo no lugar do integrante anterior, Michael Anthony. Apesar de lendário, o grupo é envolto em encrencas desde a concepção.
Lembrou Vig ao The Paltrocast em 2020, conforme transcrição do Ultimate Guitar:
“Fui contatado pelo Van Halen em 2011, enquanto trabalhava com o Foo Fighters no álbum ‘Wasting Light’. Eles estavam trabalhando em um disco há muito tempo – se essa história for verdadeira, encontraram um monte de jams que tinham feito na época em que Ted Templeman produzia seus discos. Eram várias fitas.”
Butch reconhece ter ficado curioso e interessado. Porém, bastou alguns contatos para mudar de ideia.
“Liguei para algumas pessoas e elas disseram: ‘Você não quer seguir esse caminho. É um pesadelo tentar fazer com que eles se concentrem, tentar fazer com que Eddie Van Halen se concentre. Vai ser um trabalho ingrato. Você não quer fazer isso’. E então eu deixei passar, mas Dave Grohl e Taylor Hawkins estavam tipo: ‘Talvez você devesse, cara, talvez você devesse fazer isso!’ Mas depois disseram ‘Ah, talvez você não devesse, apenas deixe-os fazer o que eles fazem’.”
Van Halen e “A Different Kind of Truth”
“A Different Kind of Truth” acabou sendo produzido pela própria banda em parceria com John Shanks, atual guitarrista de apoio do Bon Jovi. Lançado em 7 de fevereiro de 2012, o álbum acabaria sendo o último material inédito do Van Halen.
O trabalho entrou no top 10 em 12 paradas mundiais, ganhando discos de ouro nos Estados Unidos e Canadá. Como destacado por Butch Vig, a maior parte do tracklist reunia composições dos primórdios – enfatizando que reaproveitar sobras do passado era uma prática corriqueira durante a carreira do grupo.
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