Durante mais um show de sua banda solo, Gene Simmons realizou um tributo ao Van Halen, banda que ajudou a revelar nos anos 1970. O vocalista e baixista do Kiss resgatou a música “House of Pain”. Embora tenha entrado apenas no sexto álbum do grupo, “1984” (1984), ela havia sido registrada nas demos produzidas pelo músico em 1976.
A versão tocada durante a apresentação da última quarta-feira (3) resgatava a abordagem do período original. O concerto aconteceu durante a inauguração de mais uma unidade do restaurante Rock & Brews, franquia que o artista mantém com seu colega de banda, Paul Stanley. A nova loja é sediada no Potawatomi Casino Hotel, em Milwaukee, Estados Unidos.
Confira um registro amador da execução.
De acordo com o Setlist.fm, o repertório da noite foi o seguinte:
- Deuce (Kiss)
- Shout It Out Loud (Kiss)
- I Love It Loud (Kiss)
- Are You Ready
- Communication Breakdown (Led Zeppelin)
- House Of Pain (Van Halen)
- Parasite (Kiss)
- Weapons Of Mass Destruction
- War Machine (Kiss)
- Ace Of Spades (Motörhead)
- Calling Dr. Love (Kiss)
- Cold Gin (Kiss)
- Rock And Roll All Nite (Kiss)
As demos do Van Halen e “House of Pain”
Antes da fama, entre 1974 e 1978, o Van Halen já era uma força a ser reconhecida nos palcos. As gravações daqueles tempos, ainda que amadoras, mostram que a banda estava pronta para o estrelato.
Gene Simmons assistiu a um show do quarteto pela primeira vez em 1976, na boate Starwood, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Na época, o integrante do Kiss estava saindo com Bebe Buell, que depois teria um relacionamento com Steven Tyler, do Aerosmith – juntos, inclusive, Bebe e Steven tiveram como filha a atriz Liv Tyler.
Em entrevista de 2021 à Guitar World, o músico relembrou a impressão que a banda lhe causou, com o óbvio destaque para Eddie Van Halen e David Lee Roth. O músico não estava esperando, já que o grupo era o antepenúltimo da noite, bem distante da posição de “atração principal”.
“Era como uma sinfonia. Olhei e só tinha um cara (Eddie) no palco, fazendo aquele tapping de duas mãos que eu nunca havia visto alguém fazer antes. Eles fizeram o show e eu sabia que tinha que contratá-los. Havia um cara (David Lee Roth) sem camisa pulando e fazendo acrobacias. Eu os levei a Nova York e produzi uma demo deles.”
Em relação a “House of Pain”, Gene não escondeu ter reprovado a versão que entrou em “1984”, considerando aquela em que esteve envolvido como superior.
“Abra o YouTube, pesquise por ‘Gene Simmons Van Halen House of Pain’ e me diga se há algo errado com essa música. Soa como um rolo compressor. Mas eles nunca usaram.”
Chama atenção, ao escutar o registro, que o baixo de Michael Anthony aparece um pouco mais na mix final da demo. Nos álbuns da banda, em geral, o som do instrumento não obtinha tanto destaque.
O próprio Eddie Van Halen não teria ficado feliz com o resultado da demo, já que o grupo não pôde gravar com seu equipamento – tiveram que usar o que estava disponível em estúdio. Talvez seja por isso que o material nunca tenha sido lançado oficialmente, nem como uma coletânea de raridades ou algo do tipo.
A parceria acabaria não durando por conta dos compromissos de Simmons com o Kiss. Sem intenção de atrapalhar o grupo, o Demon os liberou de quaisquer obrigações para procurar uma gravadora e decolar rumo ao sucesso – o que, efetivamente, aconteceu.
Posteriormente, Eddie e Alex ainda contribuiriam com demos do disco “Love Gun” (1977), que serviu como uma despedida não-oficial do momento de maior popularidade do quarteto mascarado original.
Gene Simmons no Brasil em 2024
A estreia da nova etapa da Gene Simmons Band aconteceu no Brasil, durante a edição mais recente do festival Summer Breeze.
Na resenha – que pode ser lida na íntegra clicando aqui –, Igor Miranda ressaltou:
“Por mais marqueteiro que seja, Gene sequer parece estar preocupado com o futuro. Obviamente, houve o cuidado de montar um bom espetáculo, com músicos competentes e um repertório que, mesmo sem as tão solicitadas canções lado B do Kiss, teve sentido na maior parte do tempo. Fora isso, o músico de 74 anos só quer curtir um pouco de seu legado fazendo o que fez a vida toda.”
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