A curiosa razão pela qual o Kiss sequer quis testar Marty Friedman

Guitarrista não pôde entrar em uma banda grande... o problema é que foi no sentido literal

Paul Stanley tem 1,82m de altura. Gene Simmons é ainda maior, com seu 1,88m. Na fase com máscaras, os dois se tornavam ainda mais gigantescos graças às botas de plataforma. Mas mesmo sem elas, já eram figuras bastante representativas à frente dos palcos durante os shows do Kiss.

Sendo assim, ficaria difícil ter um guitarrista solo de 1,68m os acompanhando. E foi justamente aí que Marty Friedman perdeu a chance de uma audição com seus ídolos. O próprio recordou a situação durante entrevista a Gustavo Maiato e Mateus Ribeiro para o Whiplash.

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Ele recordou, conforme transcrição do Ultimate Guitar:

“Sim, é verdade. Eu era muito baixo, embora atendesse aos outros requisitos. Perguntaram: ‘Você tem cabelo comprido?’ Sim. ‘Você não tem barba?’ Correto. ‘Você é solteiro?’ Sim. ‘Você é magro?’ Sim. ‘Não é loiro?’ Sim. Eu atendia a todos esses critérios. Até que perguntaram: ‘E quanto à sua altura? Você tem seis pés de altura sem sapatos [1,82m]’? Eu pensei, ‘Oh m*rda, nem perto disso’.”

O questionamento sobre Marty ser loiro soa um tanto quanto estranho atualmente, mas era levado em consideração no século passado. Os próprios Gene Simmons e Paul Stanley revelaram terem recebido críticas quando efetivaram o então loiro Eric Singer na bateria, no início dos anos 1990.

Nem mesmo usar saltos ajudaria, como Friedman deixou claro.

“Eles queriam essa medida sem sapatos. Eu uso saltos, independente disso. Tinha todo o resto. Fiquei muito chateado, mas o que pode ser feito?”

Marty Friedman e o amor pelo Kiss

Na edição 133 da revista Rock Brigade, em agosto de 1997, Marty Friedman explicou o motivo de Kiss e Ramones serem suas bandas preferidas. A ideia era mais ou menos a mesma.

“Essas bandas conseguem fazer o que todas as outras tentam da forma mais simples possível e soam maravilhosas. Todos esses músicos virtuosos, cheios de estudo e técnicas mirabolantes tentam fazer a mesma coisa, obter os mesmos resultados que o Ramones alcança em 19 segundos. Uma banda progressiva não consegue nem em 19 minutos. Eles deixam de fora todas as coisas inúteis, todos os elementos superficiais, deixando a música em sua forma mais bruta. E funciona.”

Em 1997, Marty Friedman participou do álbum “Spacewalk: A Salute to Ace Frehley”. Ele toca na faixa de abertura, uma versão para “Deuce”. Anos antes, com o Megadeth, registrou um cover para “Strange Ways”, que acabou não entrando no tributo “Kiss My Ass” (1994). Ela só sairia oficialmente no box “Warchest” (2007).

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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