Há alguns álbuns que mudam a história da música por conta de suas inovações e apresentação de novas propostas. Muitas vezes eles sequer são considerados os melhores exemplares do que gostariam de oferecer, mas o pioneirismo os acaba fazendo justiça com o passar dos anos. Mike Portnoy possui essa relação com o trabalho de estreia do Metallica.
Mesmo não sendo considerado o preferido de muitas pessoas, o disco possui inegável importância histórica no contexto em que se encaixa. E é justamente isso que importa ao músico.
Disse o baterista do Dream Theater à Classic Rock:
“Muitas pessoas apontam ‘Master of Puppets’ como o álbum quintessencial do Metallica. E eu posso concordar com isso. Mas acho que foi ‘Kill ‘em All’ que realmente mudou minha vida e surtiu um efeito em mim. Lembro-me da primeira vez que o coloquei para tocar. Nunca tinha ouvido nada tão cru, pesado e rápido. Eu já estava ouvindo Motörhead e coisas assim. Eles tinham o poder e o volume do Motörhead, mas também era algo realmente compacto.”
Curiosamente, Portnoy acaba destacando aspectos técnicos que estão justamente onde residem as maiores críticas ao play. Muitos fãs consideram que a produção nunca esteve à altura da qualidade das músicas. Ele discorda.
“Os ritmos e a produção robustos eram tão crus e firmes. Eu nunca tinha ouvido nada assim. Foi o primeiro gosto de thrash. E então, com certeza, em seu rastro, descobri ‘Bonded by Blood’ do Exodus, ‘Fistful of Metal’ do Anthrax, Megadeth, Testament e bandas assim. Mas realmente ‘Kill ‘em All’ foi o que mudou o curso do metal. E até hoje, ainda acho que foi o que teve o maior impacto em mim.”
Metallica e “Kill ‘em All”
Lançado em 25 de julho de 1983, “Kill ‘em All” se chamaria “Metal Up Your Ass”. A capa já estava pronta. Porém, lojas avisaram que não venderiam o trabalho sob essas condições. A nova denominação veio após o baixista Cliif Burton bradar que tinha que “matar todos eles” que se recusaram a comercializar o disco.
Demitido pouco antes do lançamento, o guitarrista Dave Mustaine teve suas partes regravadas por Kirk Hammett. O então futuro líder do Megadeth ganhou créditos como compositor em 4 das 10 faixas.
O trabalho não obteve grande repercussão à época em que chegou às lojas. Porém, com o estouro dos álbuns posteriores do Metallica, atingiu mais de 4,5 milhões de cópias vendidas só nos Estados Unidos.
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