A banda que é a “paciente zero” do punk, segundo Tom Morello

Guitarrista está entre os convidados do álbum póstumo do grupo, que sairá em outubro

O guitarrista Tom Morello (Rage Against the Machine, Audioslave) está lançado um novo single solo. “Soldier in the Army of Love” é uma parceria com seu filho, Roman, podendo ser conferido aqui. Porém, não é a única ocupação do músico para os próximos meses.

Ele também é um dos convidados de “Heavy Lifting”, álbum póstumo do MC5, que sai em 18 de outubro – um dia antes da indução do grupo ao Rock and Roll Hall of Fame. Com 13 faixas em sua versão convencional, o trabalho é o primeiro de inéditas da banda desde “High Time”, disponibilizado em 1971.

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E é justamente na homenagem aos ídolos que o artista se vangloria. Em entrevista à revista Spin, ele declarou:

“Cara, eu estou no comitê que ajuda a escolher os nomes todo ano. O MC5 figurou nessa votação seis vezes e não entrou. Todas as vezes eu saía fazendo birra. Mas o chegou a hora – nunca é tarde demais. O momento é ruim, no entanto, já que os dois últimos membros da banda faleceram no ano passado (nota da redação: este ano, na verdade), mas eles estão para sempre consagrados no hall dos grandes, onde eles pertencem. Eles foram, na minha opinião, o paciente zero da música punk rock. E sua coragem musical e política continua, de muitas maneiras, meio inigualável.”

A aceitação do grupo e de outros nomes anteriores “indesejados” – vide o Kiss, que teve seu discurso de indução feito pelo próprio Morello – mudou recentemente. Tom explica:

“Eu diria que, nos últimos 10 anos ou mais, o Hall realmente se moldou consideravelmente. Eles costumavam excluir o metal. Ainda há muitas bandas muito merecedoras, mas o MC5 estava na minha lista por um longo tempo.”

Tom Morello e “Heavy Lifting”

Em relação à participação na faixa-título do vindouro disco do grupo, o artista lamentou que Wayne Kramer não esteja mais aqui para testemunhar.

“Nós gravamos a música talvez um ano ou mais antes de Wayne falecer. Eu falava com ele o tempo todo. Ele me perguntava se eu tinha algum riff sobrando. Eu disse: ‘Wayne, riffs são frutos fáceis de colher na residência Morello’. Eu enviei a ele cinco ou seis e ele escolheu um quente para ‘Heavy Lifting’. É uma grande honra estar no que será o último disco de Wayne.”

Além de Tom, outros nomes históricos do rock participam do trabalho. Entre eles estão Slash (Guns N’ Roses), William DuVall (Alice in Chains), Vernon Reid (Living Colour), Don Was, Abe Laboriel Jr (Paul McCartney) e Tim McIlrath (Rise Against).

Detalhes completos sobre “Heavy Lifting” podem ser conferidos clicando aqui.

Sobre o MC5

Kramer havia retomado as atividades do MC5 em maio de 2022, ao lado de músicos convidados. A formação contava com o vocalista Brad Brooks, o baterista Stephen Perkins (Jane’s Addiction), a baixista Vicki Randle (Mavis Staples) e o guitarrista Stevie Salas (David Bowie). Oito shows foram realizados nos Estados Unidos.

Lançado em 1969, “Kick out the Jams” se tornou um dos álbuns mais influentes da história, influenciando diretamente movimentos como o punk e o hard rock. Trabalho de estreia da banda, foi gravado ao vivo durante dois shows em Detroit. Chegou ao Top 30 na parada americana.

Com as mortes de Wayne Kramer e do baterista Dennis Thompson, os cinco integrantes da formação clássica partiram desta existência. O vocalista Rob Tyner se foi em 1991, enquanto o guitarrista Fred “Sonic” Smith desencarnou três anos mais tarde. Em 2012 foi a vez do baixista Michael Davis.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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