Por mais que o Velvet Revolver tenha conquistado o coração de parte dos fãs do Guns N’ Roses, o aspecto disfuncional foi tão grande que tornou impossível oferecer vida longa à banda. O baixista Duff McKagan refletiu sobre o período e deu seu parecer sobre as causas para a morte prematura do projeto após apenas dois discos.
À nova edição da Metal Hammer, o músico deixou claro ter lembranças positivas da experiência. No entanto, também entende que o cenário enfrentado não propiciou atividades a longo prazo, especialmente levando em conta o comportamento dos envolvidos, especialmente o falecido vocalista Scott Weiland.
Ele disse, conforme registro da Guitar.com:
“O Velvet Revolver foi uma banda perfeita para a época. Por volta de 2003, você ouvia esse papo de ‘o rock ‘n’ roll está morto’ e coisas do tipo… f*da-se! Não estava morto. Para quem?! Nós formamos o grupo e, quando Scott entrou, realmente estávamos cuspindo fogo. Lançamos aquele primeiro disco e fomos para a estrada com um peso nos ombros.”
Disponibilizado em 2004, “Contraband” chegou ao 1º lugar da Billboard 200 na semana de lançamento. Com 256 mil cópias comercializadas em sete dias, obteve o melhor desempenho de uma estreia na história dos charts estadunidenses.
Ainda assim, tudo se mostrou um grande pesadelo em termos estruturais, de acordo com o artista.
“Vários anos foram desafiadores logisticamente. Eu estava em algum lugar como Des Moines, Iowa, e pensava: ‘Sinto falta da minha família e aquele show que acabamos de fazer foi… OK, mas não vale a pena eu ficar fora’. Meus filhos estão crescidos agora, então, saindo com minha esposa, pelos últimos oito ou nove anos e não nos preocupando com as crianças, realmente começamos a viajar. Vemos muitas coisas — museus, atrações… o que você quiser, nós fazemos!
Na verdade, fizemos um pouco disso com o Velvet Revolver; Scott, Slash e eu podíamos estar com nossos filhos ao mesmo tempo, então acabávamos indo para uma piscina ou algo assim e realmente vendo coisas. Isso foi uma mudança grande em relação aos tempos de Guns N’ Roses na primeira era, quando eu só bebia e talvez nem saísse do meu quarto de hotel.”
O fim do Velvet Revolver e as dificuldades com Scott Weiland
Apesar do sucesso inicial, o grupo implodiu após o lançamento do segundo álbum, “Libertad” (2007). Duff não vê a perspectiva de um reencontro, especialmente agora que o vocalista não está mais presente.
“Tínhamos um ótimo relacionamento interno e com o público. Levamos o Velvet Revolver ao redor do mundo, mas havia coisas na banda que simplesmente não conseguíamos contornar. Não me detenho a elas — lembro-me daqueles dias com carinho — mas não acho que voltaremos a nos reunir um dia, ainda mais agora sem Scott.”
Curiosamente, a visão de Slash é bem mais amargurada. Em 2022, o guitarrista não economizou palavras ao comentar o desfecho da história para a Classic Rock.
“Foi uma situação difícil o tempo todo. Tenho orgulho do fato de termos lançado dois bons discos. Mas nunca conseguimos nos estabelecer de maneira sólida por conta do que acontecia nos bastidores. Pessoas envolvidas tinham outras prioridades e Scott era alguém difícil de lidar.”
O cantor, que possuía problemas publicamente documentados com a dependência química desde o início do Stone Temple Pilots, recebeu auxílio dos colegas. Também em busca da sobriedade, todos tentaram fazer com que os hábitos do cantor mudassem. Mas foi em vão.
“Scott era irrecuperável. Todos tinham nos avisado desde o começo. Mas não queríamos fazer um julgamento antes de trabalharmos juntos. Foi triste passar pelo que passamos e ver como as coisas terminaram para ele. Mesmo assim, reconheço que tivemos bons momentos.”
O Velvet Revolver ainda contava com outro ex-Guns N’ Roses na formação, o baterista Matt Sorum. O guitarrista Dave Kushner completou a formação. As músicas do grupo ainda são tocadas por Slash nos shows com o Myles Kennedy & The Conspirators, além de “Slither” aparecer em algumas turnês de Axl Rose e companhia.
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