Bruce Dickinson critica nacionalismos crescentes na Europa: “mais 1914 do que 2024”

Formado em História, vocalista do Iron Maiden apontou que composição política e pressões atuais podem levar a "possíveis catástrofes"

Para além da música e da aviação, Bruce Dickinson é formado em História. O vocalista do Iron Maiden graduou-se na área na Queen Mary University of London, em Londres, Inglaterra, no ano de 1981. Por isso, não é incomum vê-lo opinando acerca de assuntos relacionados ao tema e à política. 

Por exemplo, o cantor havia comentado recentemente a respeito da ascensão de líderes autoritários nos Estados Unidos. Agora, criticou os nacionalismos crescentes na Europa.

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Em entrevista ao jornal britânico Independent, o artista comparou o cenário atual ao de 1914 — ano em que foi iniciada a Primeira Guerra Mundial — devido às pressões existentes nos países europeus e à defesa exacerbada dos interesses de cada nação. Ele disse:  

“Se você olhar para um mapa da Europa agora, ele se parece mais com 1914 do que com 2024. A composição política, as pressões, os vários nacionalismos diferentes aparecendo. Está tudo borbulhando.”

Em seguida, comentou:

“Espero que os líderes dos países ocidentais não estejam agindo de maneira imprudente em relação às possíveis catástrofes, porque abrindo mão ou tentando resolver as coisas, em algum momento alguém tem que se levantar e dizer: ‘isso tem que parar e podemos ter que lutar’.”

Bruce Dickinson e Iron Maiden na União Soviética

Durante o mesmo bate-papo, o vocalista também abordou a turnê “World Slavery Tour”, realizada em divulgação ao álbum Powerslave (1984) entre 1984 e 1985. Com a série de shows, o Maiden passou por países como Polônia e Hungria, partes da Europa Oriental. 

À época, havia uma divisão entre tal porção do continente, liderada pela União Soviética, e a Europa Ocidental, aliada aos Estados Unidos, em decorrência da Guerra Fria. A situação só mudou de fato em 1991, com o fim da URSS.

Porém, como destacado pelo veículo, a Donzela de Ferro exerceu um papel importante com a tour. Isso porque “a excursão do Iron Maiden na Europa Oriental simbolizou uma faísca esperançosa de unidade e entendimento entre as culturas divididas do Leste e do Oeste”. Bruce acredita que, mais cedo ou mais tarde, a “separação” acabaria, como explicou:

“Não tivemos que trabalhar muito para construir uma ponte [entre os dois lados]. Só tivemos que construir parte dela e então já havia meio caminho andado. Depois, quando eles passaram a ter mais controle, o muro caiu e aquela coisa autoritária da era soviética simplesmente desmoronou porque não tinha substância, não tinha base, ninguém realmente queria aquilo. Algumas pessoas na Rússia, possivelmente, mas o resto do planeta não queria. A Europa Oriental não queria.”

Shows no Brasil

Nos próximos dias 6 e 7 de dezembro, o Iron Maiden volta ao Brasil para dois shows, ambos em São Paulo. As apresentações ainda fazem parte da tour “The Future Past”. Os dinamarqueses do Volbeat serão a atração de abertura.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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