Como o Kiss boicotou o W.A.S.P. em turnê, segundo Chris Holmes

Visão do guitarrista diverge da de seu antigo colega e líder da banda, Blackie Lawless

O W.A.S.P. abriu shows do Kiss nas turnês dos álbuns “Animalize” (1984) e “Asylum” (1985). A situação poderia ser considerada quase um negócio em família, já que a lenda diz que Blackie Lawless teria sido um colega de Ace Frehley, guitarrista original da banda principal, durante a juventude – sobre o que há controvérsias.

Chris Holmes não guarda boas lembranças das excursões. Durante entrevista ao The Metal Voice, o músico revelou ter precisado brigar para que seu grupo recebesse tratamento minimamente adequado. Também citou nominalmente os líderes da atração de fundo.

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Disse o guitarrista, conforme transcrição do Ultimate Guitar:

Gene (Simmons, vocalista e baixista) e Paul (Stanley, vocalista e guitarrista)… Eu não suporto esses caras. Eles são o que minha mãe me ensinou a não ser. A razão pela qual o W.A.S.P. roubou o show do Kiss foi por causa do Chris aqui, mais ninguém. Porque eu comandava o som junto do cara do som. E quando saímos em turnê pela primeira vez, me disseram que não conseguiríamos subs e apenas 80% do PA. Eu disse à banda: ‘Não vou fazer turnê assim. Encontrem outro guitarrista. Não vai dar certo’.”

O músico disse que, inicialmente, recebeu garantias de que tudo estaria dentro dos conformes.

“E então, finalmente, o acordo era que poderíamos ter duas linhas de merchandising, sub completo e 100% do PA. Teríamos nossa própria mesa de mixagem. Então aceitei. Mas gerou um grande aborrecimento junto à gerência e Blackie.”

Porém, os problemas não pararam por aí. Holmes alega que o W.A.S.P. começou a vender mais camisetas que o Kiss. O que gerou retaliação.

“E acredite em mim, nas primeiras duas semanas, nosso merchandising, não lançamos duas linhas. Eles lançaram tudo o que podiam. Vendíamos o dobro deles. E então Gene e Paul descobriram isso. Um dia cheguei para passar o som e meu roadie disse: ‘Chris, nosso equipamento não vai subir no palco até que as portas estejam abertas’. Perguntei: ‘Então não faremos passagem de som?’. Ele respondeu que não e eu aceitei. Tínhamos todas as salvaguardas, o cara do PA e eu, tudo planejado. É assim que as coisas são. Quanto mais eles conseguirem te segurar, melhor. E fazer turnês e tocar em arenas é um grande negócio para vender camisas.”

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Blackie Lawless, W.A.S.P. e Kiss

Em entrevista à Classic Rock Magazine no ano de 2022, Blackie Lawless relembrou a amizade com Ace Frehley e como isso o ajudou. Ele disse:

“Somos amigos desde criança. Ele me ensinou a ir aos bastidores e oferecer ajuda aos roadies para entrar de graça nos shows. Foi como ele conseguiu assistir Jimi Hendrix. Logo depois, vi o Kiss nascer.”

Porém, foi outro membro dos quatro mascarados que deu o empurrão necessário à carreira do músico.

“Gene Simmons foi um dos meus mentores. Quando o Kiss estava fazendo sua primeira turnê, liguei para Ace uma noite. Ele não estava. Gene simplesmente atendeu o telefone e começamos a conversar. Então, ele perguntou o que eu estava fazendo com a banda da qual fazia parte à época. Disse que estava me sentindo acomodado e cansado.

Ele respondeu: ‘Deixe-me dizer uma coisa. Você tem aquele dom especial. Não desista. Os caras com quem está tocando são todos perdedores. Livre-se deles’. Quando desliguei o telefone, me senti energizado e pensei que talvez devesse mesmo fazer isso.”

Algumas semanas depois, Blackie Lawless foi chamado para integrar o New York Dolls.

“É a velha história de seu destino sendo mudado por perder um ônibus. Se você olhar para a série de eventos que aconteceram comigo desde aquele momento, foi o que realmente me colocou na fila para pegar o ônibus da Costa Leste para a Costa Oeste.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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