Phil Collins vivenciou um verdadeiro auge nos anos 1980. Em 1981, o baterista e vocalista do Genesis disponibilizou o seu primeiro álbum solo, “Face Value”, e emplacou o hit “In the Air Tonight” — que alcançou o segundo lugar da parada britânica.
Até o fim da década, lançou mais trabalhos de sucesso, para além da carreira com a banda, que também vivenciava grande momento com discos que soavam mais pop e menos rock progressivo.
Apesar da fama, o cantor fica desconfortável quanto à sua pessoa pública da época. Em uma entrevista de 2014 à BBC (via The Times), o próprio pediu desculpas por ter sido “muito irritante”.
Ele disse:
“Eu realmente, realmente peço desculpas. Devo ter sido muito irritante e pareci um exibido. E eu não sou assim de jeito nenhum. Não é meu jeito […]. Eu realmente falo sério porque isso acaba indo contra você, porque as pessoas acham que você é um exibido e começam a te odiar.”
Diante de tal contexto, a revista Prog perguntou para Collins em 2015 se ele havia “se vendido” durante aquele período, já que agia de uma maneira que não o representava essencialmente. Ao responder, o artista reconheceu que a personalidade mostrada ao público foi necessária para que lotasse estádios e chegasse a um patamar maior.
Ele explicou:
“Eu era um artista. Eu tinha experiência no show business por ter atuado no musical ‘Oliver!’ quando criança. E eu adorava tocar no Estádio de Wembley, fazer 80 mil pessoas gritarem. Isso foi mágico. Mas eu simplesmente não consigo me assistir agora. Acho muito difícil. O problema é que, às vezes, eu me pegava cantando coisas que não entendia muito bem.”
Em relação às músicas que não compreendia, o cantor mencionou como exemplo “Domino”, lançada pelo Genesis como parte do álbum “Invisible Touch” (1986). Como o tecladista Tony Banks assinou sozinho a letra da canção — que aborda a Guerra Civil Libanesa (1975-1990), o vocalista não conseguia “senti-la” de fato, em suas palavras:
“Essa é uma letra composta pelo Tony. Achei complicada. Eu costumava pensar: ‘Como eu canto isso e convenço o público?’. Eu achava estranho, porque eu estava ficando mais pessoal na minha composição e ali estava eu cantando coisas que eu não entendia, que pareciam apenas sílabas.”
Phil Collins e a despedida do Genesis
Phil Collins encerrou a carreira após o fim da turnê “The Last Domino?”, do Genesis, em 2022. Como artista solo, não sobe em um palco desde 2019.
Declarações de pessoas próximas indicam que ele estaria com severas limitações físicas, situação que já vinha evoluindo em tempos recentes.
O músico sai de cena como um dos três únicos que venderam mais de 100 milhões de discos tanto com sua banda quanto com o próprio nome. Os outros dois são Paul McCartney (Beatles) e Michael Jackson (The Jackson 5/The Jacksons).
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