Lançado em junho de 1999, “Californication” marcou a trajetória do Red Hot Chili Peppers. Fenômeno de vendas, o disco emplacou sucessos como a faixa-título, “Otherside” e “Scar Tissue”. Estima-se que mais de 15 milhões de cópias tenham sido comercializadas globalmente. No Brasil, ganhou certificação de platina dupla.
Apesar de toda glória advinda, o processo envolveu muita superação. Antes do álbum tomar forma, a banda estava de laços cortados com John Frusciante. Por causa dos vícios, sobretudo em heroína, o guitarrista deixou os colegas em 1992. Dave Navarro (Jane’s Addiction) ocupou sua vaga.
Durante entrevista publicada na edição 331 da revista Classic Rock, Flea relembrou o momento conturbado. Segundo o baixista, havia esforços de sua parte, mas as relações estavam realmente estremecidas.
Tudo mudou quando o vocalista Anthony Kiedis visitou o antigo colega no hospital. A amizade foi retomada e os dois, juntos, apareceram na porta da casa de Flea.
À época, em 1998, o baixista trabalhava em um projeto solo, onde gravaria vocais e ofereceria “guitarras sensíveis”. Porém, quando deparou-se com os músicos lado a lado, mudou de ideia na mesma hora.
Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, destacou:
“[Ver Frusciante com uma guitarra] foi uma visão tão incrível. Eu pensei: ‘f#da-se o disco solo, é hora de fazer isso’.”
“Californication” eletrônico?
De início, os integrantes voltaram a tocar em conjunto na garagem de Flea e “imediatamente as coisas começaram a se encaixar”. Assim, ideias bizarras a respeito de seus próximos passos também surgiram.
Flea sugeriu que gravassem um álbum de música eletrônica. “Zooropa” (1993), do U2, e “The Fat of The Land” (1997), do Prodigy, eram as inspirações iniciais para o que tornou-se o “Californication”.
Porém, não deu certo. As razões também são inusitadas. Tanto William Orbit, conhecido por trabalhar com Madonna e Blur, quanto David Bowie, cotados para a produção, recusaram o convite. Assim, os músicos optaram por mudar a rota e explorar influências do rock alternativo e do punk-funk junto ao lendário Rick Rubin, responsável pelos dois discos anteriores.
À MTV em 1999, Anthony Kiedis já havia contado a história. De acordo com o vocalista, a banda na verdade abordou cerca de cinco produtores para o tal disco eletrônico, incluindo Flood, famoso pelas colaborações com o Nine Inch Nails:
“Basicamente ligamos para cerca de cinco outras pessoas, de David Bowie a Flood. E todos eles praticamente disseram: ‘é muito gentil da parte de vocês perguntar, mas acho que não posso’. Mas conseguir Rick, no final, acabou sendo, novamente, o que precisávamos.”
Red Hot Chili Peppers atualmente
O Red Hot Chili Peppers de Anthony Kiedis (voz), Chad Smith (bateria), Flea (baixo) e John Frusciante (guitarra) encerrou no fim de julho a turnê de divulgação de “Unlimited Love” e “Return of the Dream Canteen”, álbuns lançados em 2022. Os dois trabalhos marcam o retorno de Frusciante ao grupo, em uma retomada da formação considerada clássica.
No último dia 11 de agosto, a banda fez uma participação na cerimônia de encerramento da Olimpíada de Paris 2024 diretamente de Los Angeles, nos Estados Unidos. O intuito era celebrar a chegada dos jogos na cidade californiana em 2028.
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