Desde os anos 1970, Keith Richards faz questão de deixar clara sua indiferença com a música do momento. Mais de meio século depois, a postura do guitarrista dos Rolling Stones não mudou de opinião – e nem os argumentos, que podem soar um tanto deslocados em alguns momentos.
Em entrevista de 2020 à Rolling Stone, o músico foi questionado se ouvia algo da cena atual do rock and roll. A resposta foi negativa.
Disse o parceiro e desafeto de Mick Jagger:
“Não há nenhum novo rock ’n’ roll. É inútil. Há grandes músicos, alguns grandes cantores e coisas assim.”
Ao justificar sua opinião, Richards falou sobre o uso de sintetizadores como se fosse algo novo, sendo que o recurso está aí há mais de meio século. Enfim, tal qual aquele seu avô que acha televisão a cores o máximo da modernidade.
Ele afirma:
“Infelizmente, para mim, na música, há sintetizadores demais. Uma vez que você começa a sintetizar tudo, acaba não obtendo a coisa real. Não quero entrar em um longo discurso sobre o que há de errado com sintetizadores e música hoje em dia, exceto para dizer que eles são baratos e cafonas.”
Keith Richards e o apoio ao “Black Lives Matter”
No momento da conversa, o mundo estava enclausurado por conta da pandemia de Covid-19. Ainda assim, após o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos, o movimento Black Lives Matter tomou as ruas, mostrando que nem a urgência de saúde poderia ser mais importante do que a busca por justiça. Keith manifestou apoio.
“Nos Estados Unidos, as coisas estão chegando a um ponto crítico. É assim você tem que lidar com isso. É difícil para mim falar sobre o tema, porque não sou americano. Eu vivo aqui, estou de coração e alma, sou um de vocês, mas não posso me meter. Sou como Putin, recuso-me a interferir no seu processo eleitoral.”
Finalizando, o guitarrista deixou claro a importância da música negra em sua carreira.
“Eles são a razão pela qual estou aqui. Você quer saber o que os negros fizeram pelo mundo, cara? Apenas ouça a música. É uma expressão e toca todo mundo. Brancos, amarelos e coisinhas cabeludas, não sei, mas é disso que se trata. É sobre tocar as pessoas e a gravação tornou isso possível. E ao longo da história da música gravada, a influência do blues é simplesmente enorme. Ela só assume diferentes tons. Na música swing dos anos 30 e 40, Louis Armstrong… quero dizer, eu tenho que divagar?”
Rolling Stones atualmente
Recentemente, os Rolling Stones terminaram a turnê norte-americana promovendo o álbum “Hackney Diamonds”, lançado ano passado. Não há novas datas marcadas até o momento, embora o resto do mundo – incluindo o Brasil – esteja no aguardo de algo para 2025.
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