O raro desabafo de Clown sobre situação entre Slipknot e Joey Jordison

Percussionista e líder da banda descreveu morte do baterista como a "coisa mais difícil de todas" com a qual ele e seus colegas precisaram lidar

Joey Jordison entrou para o Slipknot logo no início da banda em 1995. O saudoso músico atuou como baterista do grupo mascarado até 2013, quando acabou demitido em circunstâncias não muito amistosas por email. 

Segundo o próprio, o fato de ter sido diagnosticado com mielite transversa, doença que inflama a medula espinhal, afetou seu desempenho profissional. Por causa do problema, ele perdeu a sensibilidade das pernas e, por consequência, não conseguia tocar direito – o que, em suas palavras, teria deixado os companheiros “confusos”, supondo inclusive um envolvimento com drogas.  

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Diante da demissão, o artista passou a trabalhar em outros projetos, como Scar the Martyr e Sinsaenum. Até que, em julho de 2021, morreu aos 46 anos de idade.

A notícia inesperada impactou profundamente os antigos colegas do Slipknot — que já haviam enfrentado o falecimento do baixista Paul Gray em 2010, por overdose acidental — , ao ponto de ter influenciado o álbum “The End, So Far” (2022). 

Em recente e raro desabafo, M. Shawn “Clown” Crahan descreveu a morte do baterista como a “coisa mais difícil” com que a banda precisou lidar. Durante entrevista à Alternative Press, o percussionista e líder do grupo destacou: 

“[Quando] Paul faleceu, foi extremamente difícil. A banda poderia ter acabado ali mesmo. Então, o mesmo acontece com o Joey e isso vira nossa história. Não estamos prontos para que o mundo entenda [o que aconteceu]. O mundo não sabe de todas as coisas. O mundo não precisa saber. Isso foi extremamente difícil. Essa foi provavelmente a coisa mais difícil de todas. E ainda é.” 

O motivo da morte do músico ainda não é claro. Um comunicado divulgado à época apenas atestou que ele “faleceu pacificamente enquanto dormia”. Frédéric Leclercq, seu colega no Sinsaenum, chegou a dizer que sabia a causa, mas que não cabia a ele divulgá-la por questões de privacidade

Corey Taylor sobre Joey Jordison

Até mesmo sua saída do Slipknot é permeada de dúvidas. Ao programa de rádio de Eddie Trunk em setembro de 2021, Corey Taylor afirmou que a banda preferia não abordar o assunto e, sim, focar em seu legado. O vocalista afirmou: 

“Tem sido difícil lidar com isso, cara. Nossa primeira preocupação era obviamente a família dele. Então, entramos em contato imediatamente para ter certeza de que eles estavam ok, para que eles saibam se precisarem de algo de nós, eles podem pedir. Sei que muitas pessoas se perguntam sobre as circunstâncias que o levaram a não estar mais na banda. Não vamos falar sobre isso, porque prefiro falar sobre o legado dele, que ele ajudou a criar essa banda que todos nós lutamos para manter e continuar. Só o fato de que ele não está aqui agora… eu ainda não consigo acreditar.”

Processo judicial contra o Slipknot

Em junho de 2023, o espólio de Joey Jordison entrou com uma ação na Justiça americana contra o Slipknot. Os representantes do patrimônio do baterista acusaram a banda de lucrar em cima do falecimento do músico sendo que os remanescentes “expulsaram abruptamente” o ex-integrante uma década atrás.

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De acordo com o TMZ (via Blabbermouth), a Steamroller LLC (empresa responsável por gerir o legado de Jordison) alega que o Slipknot não devolveu “pelo menos 22 itens” pertencentes ao músico. Instrumentos, equipamentos e peças de vestuário estão entre os objetos mencionados.

O texto jurídico também destaca que, em 2015, Joey chegou a um acordo com Corey Taylor, Shawn Crahan e as empresas do Slipknot. O trato envolvia a compra da parte que era do baterista na Slipknot Partnership.

Segundo o processo, o acordo de liberação exigia que Crahan e Taylor “imediatamente após a execução completa do Contrato de Liberação” devolvessem a Jordison “qualquer propriedade, incluindo equipamento musical, pertencente” a Jordison e que estivessem na posse de Crahan e Taylor. Isso, conforme a Steamroller, não ocorreu.

De acordo com a denúncia, Taylor e Crahan “continuaram a lucrar com a morte de Jordison e sua base de fãs em luto até hoje, exibindo os pertences de Jordison em um museu itinerante do Slipknot chamado Knotfest. O museu fez inúmeras paradas ao longo de vários anos e [Taylor e Crahan] lucraram muito com a disposição dos fãs de Jordison em pagar taxas de admissão para ver pessoalmente os pertences icônicos de Jordison”.

Por meio da Justiça, o grupo solicitou que o caso fosse arquivado. Ainda não há mais informações quanto ao desenrolar do processo.

Sobre Joey Jordison

Nascido em Des Moines, Iowa, Nathan Jonas Jordison se aventurou pela música desde muito cedo, influenciado pelos pais. Começou na banda Modifidious, que lançou duas demos e conseguiu certa repercussão local.

Na metade dos anos 1990, após breves passagens por outros grupos, se juntou ao Slipknot, se tornando um dos principais compositores. Ficou até 2013, se estabelecendo como um dos maiores bateristas de sua geração. Paralelamente, tocou guitarra no Murderdolls, banda de horror punk em parceria com o vocalista Wednesday 13. Foram dois álbuns lançados, em 2002 e 2010.

Após sair do Slipknot, fundou o Scar the Martyr. A banda durou até 2016, com parte dos músicos seguindo juntos no Vimic. Outro projeto recente foi o Sinsaenum, em parceria com o baixista Frédéric Leclercq, então no Dragonforce, atualmente no Kreator.

Em 2016, Joey revelou ter sofrido com mielite transversa, doença neurológica que inflama a medula espinhal. Ele chegou a perder a sensibilidade das pernas, mas se recuperou após tratamento médico e fisioterápico. Morreu em 26 de julho de 2021. A causa não foi confirmada oficialmente. As poucas pessoas que tiveram acesso ao motivo preferem não se manifestar.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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