Após o recente anúncio da volta do Oasis, os fãs do Smiths voltaram a pressionar os integrantes da banda para que aceitem um reencontro nos palcos. É sabido que as relação pessoais entre os membros, assim como acontece com os irmãos Gallagher, não é das melhores. Ainda assim, a bandeira branca acenada pela dupla acendeu esperanças.
No entanto, a ideia não parece que irá adiante. Em postagem no seu site oficial, o vocalista Morrissey confirmou que ele e Johnny Marr receberam uma proposta para shows em 2025.
O cantor deu o sinal verde. Porém, seu ex-colega recusou, como vem fazendo insistentemente desde sempre.
Falando de si mesmo na terceira pessoa, o frontman escreveu:
“Em junho de 2024, a AEG Entertainment Group fez uma oferta lucrativa para Morrissey e Marr visando uma turnê mundial como ‘The Smiths’ ao longo de 2025.
Morrissey disse Sim à oferta; Marr ignorou a oferta.
Morrissey fará uma turnê com ingressos esgotados pelos EUA em novembro. Marr continua em turnê como convidado especial do New Order.”
As várias negativas de Johnny Marr
Apesar das recusas repetidas, fãs seguem em um delírio coletivo se agarrando à miragem de um reencontro. Por meio do X/Twitter, um usuário levantou a hipótese e escreveu:
“Se o Oasis pode fazer isso, The Smiths também pode (estou delirando)”.
A postagem alcançou 7 mil curtidas e chegou até Johnny Marr, que resolveu respondê-la de maneira curiosa. Na seção de comentários, o guitarrista negou a possibilidade de maneira subentendida com uma imagem do político de direita Nigel Farage.
A resposta fez referência ao posicionamento político de Morrissey, do qual o músico discorda. Conforme a Consequence, o vocalista anteriormente demonstrou apoio público a Nigel, conhecido pela campanha a favor do Brexit — a saída do Reino Unido da União Europeia. Ao longo dos anos, Johnny já deixou claro ter sido contrário à ação, ironizando até mesmo Bruce Dickinson, frontman do Iron Maiden, por ter opinado a favor.
Em 2019, o artista já havia feito algo parecido. Rumores de que os Smiths planejavam novos shows circularam no X/Twitter, até que Johnny destacasse de maneira irônica:
“Nigel Farage vai estar na guitarra.”
À BBC Radio 2 em 2022, Marr afirmou que as chances de trabalhar novamente com Morrissey seriam “zero”. Segundo transcrição da NME, o guitarrista disse que ambos conversaram pela última vez diretamente “há cerca de 18 ou 15 anos”. O bate-papo aconteceu pouco depois que o vocalista publicou uma carta aberta, pedindo para que o antigo companheiro de grupo parasse de mencioná-lo em entrevistas.
No mesmo ano, ao The Guardian, o músico também revelou que, no passado, os colegas de banda não brigavam por política. Porém, caso estivessem juntos, “provavelmente” brigariam agora.
De qualquer maneira, o próprio contou em sua autobiografia “Set The Boy Free” (2016) que uma reunião dos Smiths quase aconteceu em 2008 (via BBC). Ele e Morrissey discutiram a ideia e entenderam que o reencontro “deixaria muita gente feliz”, mas “a desconfiança permaneceu” entre os dois. Com a morte do baixista Andy Rourke em maio do ano passado, a questão parece ainda mais impossível.
Sobre o The Smiths
Com Morrissey e Johnny Marr, os Smiths lançaram quatro álbuns de estúdio entre 1984 e 1987, quando encerrou as atividades – e ao contrário de quase todo mundo, nunca voltou. Inúmeras brigas e discordâncias motivaram a separação à época.
Fundindo o pós-punk com influências do rock dos anos 1960 se tornando um dos grupos mais importantes a emergir da cena britânica independente em todos os tempos, influenciando as gerações posteriores. Todos os discos da banda entraram no top 5 do Reino Unido.
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