O guitarrista de rock clássico que vai além da pentatônica, segundo Malmsteen

Sueco não aprecia apenas nomes que participaram da criação do modelo que o consagrou

Quando imaginamos os guitarristas preferidos de Yngwie Malmsteen, meio que criamos um modelo prévio, baseado nas influências que desenvolveram o estilo popularmente conhecido como neoclássico. No entanto, o sueco também aprecia uma série de músicos mais convencionais, por assim dizer.

Em depoimento à revista Guitar World, o virtuoso mencionou Brian May como um dos instrumentistas que contam com sua admiração. E deu uma explicação embasada sobre os atributos do britânico que o conquistam enquanto ouvinte.

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Disse o temperamental artista:

“Brian May é, definitivamente, mais do que um executor de pentatônicas. Conseguia implicar toda essa harmonia e coisas melódicas que soavam realmente inteligentes. Falei com ele sobre isso uma vez e perguntei: ‘Não era só uma terça, quinta e tônica… o que você estava tocando aí?’ E ele respondeu: ‘Meu Deus, eu estava apenas inventando tudo conforme eu ia tocando!’.”

A resposta fez com que Yngwie admirasse o ídolo ainda mais, por conta da espontaneidade.

“Isso me fez pensar, ‘P*rra, cara! O que quer que você esteja fazendo, é incrível!’ Ele é um cara superlegal. Embora fossem bem populares, o Queen conseguia ser bem pesado quando queria. Eu amo músicas como ‘Death On Two Legs (Dedicated To…)’.”

Sobre Brian May

Nascido em Hampton Hill, Inglaterra, Brian Harold May começou a carreira na banda 1984, que posteriormente se tornou o Smile. No início da década de 1970 deu início ao Queen, junto de Roger Taylor e Freddie Mercury. Após a entrada de John Deacon, o grupo deu início a uma das histórias mais bem-sucedidas do rock, com mais de 300 milhões de discos vendidos em todo o planeta.

Também possui dois trabalhos solo, além de projetos com Eddie Van Halen, Kerry Elis, Chris Thompson e Tangerine Dream. Ainda participou de gravações com Black Sabbath, Paralamas do Sucesso, Meat Loaf, Hank Marvin, Foo Fighters e Five Finger Death Punch, entre outros.

Em 2007 finalizou seu pós-doutorado em astrofísica no Imperial College London. É um ativista nas causas da defesa dos animais, tendo dedicada participação em projetos contra a caça de texugos por parte de fazendeiros britânicos.

Sobre Yngwie Malmsteen

Nascido Lars Johan Yngve Lannerbäck na Suécia em 30 de junho de 1963, Yngwie Malmsteen pegou um violão pela primeira vez aos 7 anos de idade, no dia em que Jimi Hendrix morreu, e ganhou sua primeira guitarra aos 9, de presente do irmão.

Largou a escola aos 15 e conseguiu um emprego consertando guitarras em uma loja de música em Estocolmo. Enquanto trabalhava lá, ele teve a ideia de escalopar braços de guitarra — modificação que torna as técnicas de vibrato e bending mais fáceis e que se tornaria marca registrada de seus instrumentos.

No final da adolescência, cada vez mais frustrado com a cena musical sueca, Malmsteen se viu num beco sem saída: suas composições, por melhores que fossem, não despertavam o interesse de nenhuma gravadora local por não serem “comerciais” o suficiente.

Sabe-se lá como, uma demo atravessou o oceano. Mike Varney, chefe da Shrapnel Records na Califórnia, ouviu e ficou impressionado com o estilo de tocar do jovem. Ele entrou em contato e pediu que Yngwie fosse aos Estados Unidos para gravar um álbum pela sua gravadora.

Malmsteen foi de mala e cuia para Los Angeles, onde se juntou ao Steeler. Ele gravou um álbum homônimo (1983) com a banda antes de unir forças com o veterano ex-vocalista do Rainbow Graham Bonnet no Alcatrazz, registrando “No Parole from Rock ‘n’ Roll” (1983) e o ao vivo “Live Sentence” (1984).

Cansado do expediente de compor em parceria com terceiros, ele saiu do Alcatrazz e pôs na rua o Yngwie J. Malmsteen’s Rising Force, nome sob o qual começou a gravar uma série de álbuns, alguns dos quais obteriam status de clássico não apenas no reino da guitarra, mas no hard e metal como um todo, como “Rising Force” (1984), “Trilogy” (1986) e “Odyssey” (1988).

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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